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Hollywood e os seus sonhos de fama

A nova série de Ryan Murphy parte de uma premissa com barbas brancas para fazer uma série colada à agenda woke de hoje.

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★★☆☆☆

No início de Hollywood (Netflix), a nova série de Ryan Murphy, passada após a II Guerra Mundial, há uma cena em que uma das personagens principais, um ex-combatente, vai a um banco com a mulher pedir um empréstimo, com a farda vestida. O empregado do banco diz-lhe “Thank you for your service”. É um anacronismo colossal, pois esta expressão só começou a ser usada nos EUA após os ataques do 11 de Setembro. Não é só por aqui que o mundo contemporâneo “invade” Hollywood.

Murphy parte de uma premissa narrativa com barbas brancas (um grupo de jovens chega a Hollywood sonhando com a fama no cinema) para fazer uma série colada à agenda woke de hoje: todas as personagens principais pertencem a minorias étnicas e sexuais descriminadas, ou são vítimas de sexismo. Ryan Murphy quer vingar, retroactivamente, todas as vítimas dos mais variados preconceitos na era de ouro dos grandes estúdios.

Esta “mensagem”, insistentemente repetida e ilustrada, pesa muito sobre Hollywood de cabo a rabo, e não há peripécias do enredo, mistura de personagens ficcionais com figuras reais, piscadelas de olho cinéfilas, cenas de sexo ou interpretações que nos distraiam dela. Murphy esqueceu-se da frase de Louis B. Mayer: “Estamos cá para entreter o melhor que sabemos, não para dar lições.”

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