A quarta temporada da série dos irmãos Duffer terminou recentemente a produção, e parece levar a história a novos territórios, passando dos centros comerciais de Hawkins, Indiana, para o coração gelado da Rússia da Guerra Fria, além do misterioso Upside Down, com todo um ambiente de casa assombrada a juntar à festa. E com as mudanças vêm também novas caras e inspirações para o pastiche Amblin.
Nos últimos dois anos, fomos forçados a passar a segunda-feira à noite sem o conforto familiar de tortura, desmembramento, incesto, dragões e traições. Mas, em breve, a sede por sangue vai ser saciada: em 2022, quase três anos depois da estreia do último, e altamente divisivo, episódio de A Guerra dos Tronos, a franquia vai regressar com House of the Dragon.
A mais recente adaptação da HBO da obra de George R. R. Martin deixou os fãs ansiosos pelo regresso do mundo de A Guerra dos Tronos ao pequeno ecrã. Mas será que o primeiro de seis spin-offs da série original vai conseguir reacender a boa vontade dos fãs, depois daquele final? Eis tudo o que sabemos até agora.
Quando estreia House of the Dragon?
Ainda não foi confirmada a data oficial de estreia, mas a HBO já anunciou que será em 2022. A produção, que está a decorrer, foi interrompida pela pandemia, e pode bem ser essa a razão pela qual continuam hesitantes em avançar com uma data oficial.
Isto coloca-a na corrida contra outra grande série de fantasia a caminho, Lord of the Rings, da Amazon, com estreia prevista para Setembro de 2022. Ambas trazem já uma grande base de fãs atrás, além de terem dragões, perucas douradas, lutas de espadas e olhares ameaçadores em comum. Uma aposta segura é que House of the Dragon vai levar a taça da nudez: a adaptação da obra de Tolkien gerou alguma controvérsia quando anunciou que ia incluir nudez, mas “de forma elegante”, enquanto que os fãs de A Guerra dos Tronos provavelmente lançariam um motim se a série fosse isenta de nudez frontal. De qualquer forma, prepare-se para muita fantasia em 2022.
Já saiu um trailer para House of the Dragon?
A HBO já lançou um teaser com uma amostra do que está para vir.
O curto trailer é extremamente contido nos detalhes. Ao som de uma música sinistra, uma voz entoa: ‘Não foram os sonhos que nos tornaram reis. Foram os dragões”, a par com vislumbres rápidos de personagens em perucas loiras, paisagens tingidas de azul, lutas de espada, silhuetas taciturnas e close-ups de armas empunhadas por actores de prestígio desfocados.
Antes do trailer terminar, também temos um vislumbre de uma enorme estátua de um dragão e o familiar Trono de Ferro. O teaser acaba com um logo envolto em chamas que podia ter sido retirado de Mortal Kombat. É glorioso.
House of the Dragon é baseado num livro?
A série é baseada no livro Sangue e Fogo – A História dos Reis Targaryen de George R. R. Martin, uma prequela da saga As Crónicas de Gelo e Fogo, que formou a espinha dorsal da série A Guerra dos Tronos, apesar de ainda nem estar terminada. O livro, tal como O Silmarillion de J.R.R. Tolkien, é como se uma adenda à história dos eventos principais da série, e que nos conta a origem dos clãs guerreiros de A Guerra dos Tronos… neste caso, a Casa Targaryen.
Afinal, House of the Dragon é sobre o quê?
Então, para os poucos de nós que ainda não viram ou leram A Guerra dos Tronos, a série de fantasia é, basicamente, sobre um grupo de reinos em guerra, numa espécie de terra medieval chamada Westeros, que tentam conquistar o Trono de Ferro e, consequentemente, governar o reino. São, basicamente, pessoas horríveis, casa uma à sua maneira. Há muitos esfaqueamentos, incesto, traições, olhos a serem arrancados e lutas com zombies, entre várias outras formas de sofrimento, ao longo da série, cujo final não vamos revelar – por um lado, porque foi muito mau, por outro, porque não interessa já que House of the Dragon é uma prequela.
A história de House of the Dragon decorre cerca de 200 anos antes dos eventos de A Guerra dos Tronos. Os fãs recordar-se-ão que a Casa Targaryen tem uma história tão triunfante quanto trágica – veja-se a personagem de Emilia Clarke, a “Mãe de Dragões”, da série original – e esta prequela vai narrar todo o fogo e fúria que fizeram de Westeros um sítio tão terrível de se viver. No livro no qual a série se baseia, sabe-se como é que King’s Landing se tornou a capital de Westeros, a origem do Trono de Ferro e a história do domínio dos Targaryen, com a ajuda de dragões.
Nisto, dá-se uma guerra civil, grandes traições e ainda maiores derrames de sangue. O livro já está à venda há alguns anos para todos os que queiram descobrir o que acontece a seguir. Ao contrário de A Guerra dos Tronos, os showrunners têm uma narrativa completamente formada para trabalhar, com início, meio e fim, por isso é provável que o resultado seja uma adaptação relativamente fiel.
Quem faz parte do elenco de House of the Dragon?
A série está repleta de um quem-é-quem de actores britânicos, entre eles Paddy Considine como o bem-intencionado (para Westeros, pelo menos) rei Viserys Targaryen. A ele junta-se um Matt Smith platinado, que larga as peculiaridades de Doctor Who para assumir o papel do irmão do rei, Daemon. A árvore genealógica dos Targaryen confirmada até agora fica completa com Emma D’Arcy, no papel da princesa Rhaenyra Targaryen.
Olivia Cooke vai interpretar a conselheira do rei – e a “mulher mais bonita dos Sete Reinos” – Alicent Hightower, com Rhys Ifans a fazer de seu pai, o astuto Otto. Steve Toussaint vai adornar umas rastas platinadas para interpretar o guerreiro náutico Corlys Velaryon, com Eve Best a encabeçar também a Casa Velaryon como a desprezada Rhaenys.
O elenco conta ainda com Milly Alcock, Ryan Corr, Sonoya Mizuno e muitos, muitos outros potenciais assassinos, amantes, traidores, membros de famílias ou uma combinação dos quatro.
Vai aparecer alguma personagem de A Guerra dos Tronos em House of The Dragon?
Por agora, não está previsto que nenhuma personagem de A Guerra dos Tronos vá aparecer, e tendo em conta os séculos que separam as duas histórias, faz sentido que assim seja. Não sustenha a respiração à espera de um vislumbre de Emilia Clarke, Harry Lloyd, Jason Momoa ou qualquer outra estrela de A Guerra dos Tronos. Se bem que não nos surpreenderia que existisse um flash-forward no fim da série.
É preciso ver A Guerra dos Tronos para entender House of the Dragon?
Considerando que é uma prequela, é de esperar que não seja preciso ver a série original para compreender a história. No entanto, as prequelas tendem a estar repletas de alusões a personagens e histórias futuras e plot twists que são melhor entendidos por aqueles que estão por dentro da franquia. Os filmes de O Hobbit mergulharam fundo na mitologia de O Senhor dos Anéis para transformar o curto livro em que se baseiam numa história épica de nove horas, e é quase impossível ver cinco minutos de uma prequela de A Guerra das Estrelas sem ter de consultar a Wookiepédia. Até quem vê Better Call Saul beneficia de ver Breaking Bad primeiro.
É um bom palpite, portanto, que esta série será melhor apreciada pelos fãs do original – ou pelo menos com um fã desses ao lado a explicar o que raio se passa com estes guerreiros excitados e os seus dragões.
E George R.R. Martin vai estar envolvido?
Martin esteve menos envolvido com House of the Dragon do que com A Guerra dos Tronos. A nova série é baseada num livro já terminado, por isso é compreensível. Estamos confiantes que Martin (e o seu boné) vai estar completamente investido no circuito de talk-shows aquando do lançamento da série, em vez de terminar a maldita saga As Crónicas de Gelo e Fogo de uma vez.
Quem está por trás da série?
A série é dirigida por Miguel Sapochnik e Ryan Condal. Condal foi o co-criador da curta, mas respeitada, Colony, enquanto que o repertório de Sapochnik inclui a direcção de um icónico episódio de A Guerra dos Tronos, “Batalha dos Bastardos”.
Os produtos de A Guerra dos Tronos, David Benioff e DB Weiss, cuja direcção da série lhes trouxe a boa-vontade dos fãs ao longo dos anos, antes de lhes apontarem as espadas com aquele episódio final, não estão envolvidos em House of the Dragon. Originalmente, estava previsto que a dupla iria liderar um novo capítulo de A Guerra das Estrelas, antes de fechar um contrato de 250 milhões de dólares com um dos maiores rivais da HBO, a Netflix. Não esperávamos nada menos dos arquitectos por trás do Casamento Vermelho.