Os Homens do Presidente
©DROs Homens do Presidente (1976)
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Os melhores filmes sobre política de sempre

Em ano de eleições europeias e legislativas, recordamos alguns dos melhores filmes políticos de sempre

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Cinema e política são, a bem dizer, como unha e carne. E esta é uma altura tão boa como outra qualquer para recordar a presença da política no cinema através de obras onde convivem, muitas vezes satiricamente, o melhor, o mau e ainda o pior da ambição e da intriga política. Desde o clássico Mr. Smith Goes to Washington (Peço a Palavra, na infeliz tradução portuguesa), de Frank Capra, a Nos Idos de Março, realizado e coprotagonizado por George Clooney em 2011, passando, entre outros filmes, por Os Homens do Presidente (1976), de Alan J. Pakula.

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Manual do bom político (no cinema)

Peço a Palavra (1939)

Apesar da triste tradução nacional de Mr. Smith Goes to Washington, o filme de Frank Capra é um marco no cinema político. Aqui, Capra, por via de um esquema a dar para o escuro, coloca o ingénuo e idealista Jefferson Smith, supremamente interpretado por James Stewart, no Congresso dos Estados Unidos determinado a fazer o bem. Até que, claro, a sua honestidade o leva ao confronto, e o confronto torna-se verdadeiramente feio, com tentativas de corrupção e a invenção de um escândalo envolvendo Smith, o qual acaba por se sair bem percorrendo o seu recto caminho sem necessidade de atalhos. Ou não fosse Capra um guardião e propagandista de elevados princípios morais.

O Enviado da Manchúria (1962)

John Frankenheimer encontrou uma maneira astuta de assinalar o clima de medo psicológico característico da Guerra Fria neste thriller político sobre lavagem ao cérebro de soldados norte-americanos por comunistas infiltrados. Numa elaborada teoria de conspiração, segue os passos do major Bennett Marco (Frank Sinatra), atormentado por pesadelos, depois de um dos seus homens ser morto por um sargento, que a investigação revelou ser um infiltrado comunista condicionado a cumprir qualquer ordem sempre que lhe mostrassem uma rainha de ouros. O realizador cria um clima de tensão e suspense, ao mesmo tempo que revela o manobrismo geopolítico da época.

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Os Candidatos (1964)

Houve um tempo em que as convenções partidárias não eram apenas um espectáculo televisivo e uma parada do candidato nomeado, mas verdadeiros e animados conclaves dados a discussões exaltadas e reviravoltas aparatosas. Como nesta adaptação de uma peça de Gore Vidal, por Franklin J. Schaffner, em que dois candidatos, William Russell (Henry Fonda) e Joe Cantwell (Cliff Robertson), procuram o apoio, decisivo para a nomeação, de um ex-presidente (Lee Grant) entretanto moribundo. O que é uma maneira de dar a ver os bastidores dos congressos partidários e as jogadas e rasteiradas que levam à presidência… até um homem bom.

Os Homens do Presidente (1976)

Neste thriller político de Alan J. Pakula, Robert Redford é Bob Woodward e Dustin Hoffman personifica Carl Bernstein, os jornalistas do Washington Post que investigaram e deram a conhecer ao público o Caso Watergate, que levaria à demissão do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon. Os dois actores passaram várias semanas na redacção do jornal, para se familiarizarem com o seu quotidiano e funcionamento. Foi tempo bem empregue: o filme foi nomeado para oito Óscares e conquistou metade (melhor actor secundário, argumento adaptado, direcção artística e som).

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Bob Roberts – Candidato ao Poder (1992)

O primeiro filme dirigido por Tim Robbins, apesar da passagem dos anos, não perdeu actualidade. E, de certa forma, antecipa a ascensão do Tea Party no interior do Partido Republicano que, com o tempo e a radical inclinação para a direita, deu no que deu, ou seja, Donald Trump como presidente dos EUA. Robbins, que é Roberts, um político que sobe ao palco dos comícios entoando canções de queixume contra a preguiça dos pobres, antes de explorar um discurso anti-governamental e anti-liberal que lhe acrescenta popularidade em cima da popularidade. Tudo ampliado pelo estilo falso documentário adoptado pelo realizador e pela forma astuta como utiliza a câmara em jeito de suplemento dramático. 

Manobras na Casa Branca (1997)

Quando uma guerra pode salvar um presidente, digamos, dissoluto, e não há nenhuma assim à mão de semear, o melhor é inventar uma, como Robert De Niro e Dustin Hoffman fazem nesta sátira de Barry Levinson com argumento de David Mamet. O filme é uma denúncia particularmente bem-disposta, acutilante e imaginativa sobre a manipulação mediática e política dos cidadãos, que se revelou presciente. Pouco depois da estreia, durante a presidência de Bill Clinton, rebentaria o escândalo Monica Lewinski e, por coincidência, nos meses que se seguiram, os Estados Unidos bombardearem vários países e envolveram-se na guerra do Kosovo, desestabilizando e alterando o equilíbrio político na região dos Balcãs.

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Bulworth – Candidato em Perigo (1998)

Warren Beatty, que também dirige, interpreta o papel de um antigo membro do Partido Democrata a tentar recolocar-se mais ao centro e disposto a aceitar qualquer jogada que lhe dê a popularidade desejada, se necessário for forjando o seu próprio assassinato. Mas isto é antes de ele próprio resolver, como se costuma dizer, virar a mesa, depois de entrar em contacto com uma vibrante comunidade afro-americana e dar por si a rappar os seus próprios discursos. Apesar de algo datado, o filme assinala alguns aspectos importantes e geralmente fora dos holofotes da política com humor sarcástico, mas a dinâmica é sabotada pela necessidade de um final, digamos, feliz. 

Em Inglês, S.F.F. (2009)

Armando Iannucci é um mestre da sátira e um malabarista da semântica política. Ambas, sátira e semântica, demonstradas com alucinante verve neste filme, baseado nos seis episódios de outra série de televisão, The Thick of It, produzida, entre 2005 e 2007, pela BBC. Como naquela, Malcolm Tucker (interpretado em modo de histeria criativa pelo exemplar Peter Capaldi), o irascível e tonitruante rufia e manobrador para todo o serviço do primeiro-ministro, tenta meter na linha um membro tresmalhado do governo em busca de protagonismo, e salvar a pele de um governante sempre ausente, mas que é evidentemente Tony Blair, desta vez empenhado, a meias com o presidente dos Estados Unidos, em – imagine-se – começar uma guerra. 

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Nos Idos de Março (2011)

Os corredores do poder e do jogo sujo da política norte-americana pela lente de George Clooney, naquele que é um dos seus melhores filmes. O realizador também interpreta Mike Morris, candidato democrata à presidência dos EUA, enquanto Ryan Gosling faz o director-adjunto de campanha do senador e candidato aparentemente impoluto, que concorre contra outro político pela nomeação a candidato a Presidente dos EUA pelos Democratas. Um olhar desencantado sobre a política, os seus jogos de bastidores e os seus falsos ídolos, adaptado da peça Farragut North, de Beau Willimon, co-autor do argumento, com Clooney e Grant Heslov.

Mais cinema essencial

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Não são só os homens que levam a cabo ousados assaltos no cinema. Nos sete filmes desta selecção, há mulheres que se juntam para concretizar roubos de todo o tipo, ou que então lideram homens (e dão-lhes a volta ao mesmo tempo). Jamie Lee Curtis, Jada Pinkett Smith, Queen Latifah, Diane Keaton, Katie Holmes, Kristen Stewart, Emma Watson, Sandra Bullock ou Cate Blanchett são algumas das actrizes que personificam essas mulheres.

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Cineastas como Humberto Mauro, Lima Barreto, José Pedro de Andrade, Glauber Rocha, Ruy Guerra ou Anselmo Duarte estão representados nesta lista de dez filmes brasileiros fundamentais. A cinematografia do Brasil tem passado por várias vicissitudes ao longo da sua existência, reflectindo a própria situação do país ao longo dos séculos XX e XXI. Tem também a respectiva repercussão na vida política, social e cultural nacional deste imenso país.

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Revelado na televisão em 2002, graças ao seu papel de Russell "Stringer" Bell na memorável série policial The Wire, Idris Elba tem vindo a impôr-se como um actor de grande presença, perfeitamente capaz de interpretar uma personagem negativa, a seguir vestir a pele de um herói tradicional e logo depois personificar um cidadão comum, sem que isso afecte a sua imagem.

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