Norma Rae (1979)
A história da adaptação da luta de Crystal Lee Sutton e da criação de uma secção do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis da América na fábrica onde trabalhava, na Carolina do Norte, dava um filme em si. Em primeiro lugar por a protagonista entender que a película de Martin Ritt se centrava demasiado nela e não no carácter colectivo da luta sindical, o que levou o realizador, detentor dos direitos do livro escrito sobre Sutton por Henry P. Leifermann, a mudar os nomes. Depois, por ser preciso andar de estúdio em estúdio até conseguir um que cedesse um orçamento reduzido a obra demasiado política para o gosto de Hollywood. Pior, porque actrizes como Jane Fonda, Faye Dunaway e Jill Clayburgh, grandes estrelas na época, recusaram o papel. Daí a convocação de Sally Field, mais conhecida pelos seus papéis de surfista adolescente e freira voadora, que, no entanto, era já uma activista anti-nuclear. Resumindo: o filme fez-se; foi um êxito crítico e comercial, Field ganhou um Óscar. Melhor, teve um efeito: um ano depois da estreia, a J. P. Stevens assinou um acordo com a União dos Sindicatos dos Trabalhadores do Vestuário e dos Têxteis para a criação de uma estrutura sindical.