‘Massacre no Texas’ (1974)
Juntamente com George Romero, Wes Craven ou John Carpenter, Tobe Hooper foi um dos realizadores americanos que revolucionaram o cinema de terror no final da década de 60 e na de 70, fazendo filmes de baixíssimo orçamento, poucos meios e interpretados por desconhecidos, mas poderosamente viscerais do ponto de vista visual e emocional. Eles tiraram o terror das suas atmosferas tradicionais e puseram-no no seio do quotidiano mais banal, criando ao mesmo tempo novos monstros e ameaças, sob a forma de seres humanos disformes no físico e na mente. Em Massacre no Texas, um pequeno grupo de jovens é aterrorizado e massacrado por uma família de canibais onde pontifica Leatherface, que cobre a cara deformada com uma máscara feita de pele humana e maneja uma mortífera motosserra. Hooper instala uma atmosfera de pesadelo febril e macabro, com requintes de malvadez redneck, alinhando momentos e detalhes inesquecíveis, como a galinha dentro da gaiola, os relógios empalados, a cadeira com braços humanos ou a sequência em que o avô, que julgamos morto e mumificado, começa de súbito a chuchar o sangue do dedo da aterrorizada rapariga interpretada por Marilyn Burns. Tobe Hooper assinou uma parte 2 em 1986 e depois disso houve um remake e várias continuações. Mas não há horror como o primeiro, e aí está Massacre no Texas para o comprovar.