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Os dez melhores filmes dos anos 80

Sintetizadores, explosões de violeta, litros de gel, Indiana Jones e as maiores superproduções de Verão de sempre. Porque os anos 80 estão de volta dizemos-lhe quais os filmes indispensáveis desta década

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Os anos 80 estão hoje na cabeça de todos: uma explosão violeta de sons de sintetizador, filmes de acção e as maiores superproduções de Verão de todos os tempos. Foi uma década que aperfeiçoou a obra-prima de ficção científica em versão Hollywood, mas a nossa lista dos melhores filmes dos anos 80 inclui alguns clássicos mais intemporais de realizadores canónicos como Martin Scorsese e David Lynch, que são tão parte da história daquela época como os filmes que levaram multidões às salas.

Os dez melhores filmes dos anos 80

10. Clube (Breakfast Club, 1985)

"Quando cresces, o teu coração morre", diz a personagem solitária de Ally Sheedy neste drama adolescente que é uma referência dos anos 80. Nenhum outro diálogo ouvido num filme de John Hughes foi tão emblemático da simpatia imensa do realizador por uma nova geração à procura do seu caminho. A música dos Simple Minds também não atrapalha, antes pelo contrário.

9. O Touro Enraivecido (Raging Bull, 1980)

Será este o melhor filme de Martin Scorsese? É certamente um dos mais fortes candidatos (ba-da-bing!), e não há muitas dúvidas de que a interpretação de Robert De Niro é de antologia - não apenas pela sua transformação radical, mas também pela força com que dá corpo ao ciúme sexual masculino disfarçado de fúria.

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8. Salteadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981)

Steven Spielberg passou a primeira parte da sua carreira a afinar o modelo do blockbuster. Mas, por perfeito que seja Tubarão, de 1975, é em Salteadores da Arca Perdida que todas as peças se juntam de forma irretocável num clássico de acção ainda hoje sem rival. O património genético do filme vem dos velhinhos e esquecidos filmes de suspense de Hollywood, mas o espírito é aqui totalmente moderno. E que poderíamos descrever assim: vejam lá se conseguem aguentar a pedalada do gajo com o chapéu.

7. Ana e as suas Irmãs (Hannah and her Sisters, 1986)

Woody Allen: não houve um único realizador no planeta que, durante os anos 80, conseguisse misturar comédia básica e comédia sofisticada com tamanha confiança. Ana e As Suas Irmãs é tão importante como Annie Hall (que é dos anos 70): um olhar detalhado sobre a cultura e os estilos de vida dos neuróticos habitantes de Manhattan, com um toque de graça filosófica e outro de espírito punk.

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6. Aliens (Aliens, 1986)

James Cameron viria depois a assinar os dois filmes com maiores receitas de sempre, Titanic Avatar, mas é neste filme que está a origem da sua reputação. Aliens era uma tarefa impossível: fazer a continuação de um clássico da ficção científica e ao mesmo tempo deixar a própria marca na matéria-prima original. Mas Cameron fez isso e muito mais, transformando Sigourney Weaver, como Ripley, num ícone feminista duradouro, aumentando a escala da acção militar, e produzindo uma das mais excitantes viagens de montanha russa no ecrã dos anos 80.

5. Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters, 1984)

Enquanto SNL, ou Saturday Night Live, o célebre e aparentemente eterno programa de humor da TV americana, lançar comediantes em direcção à estratosfera e ao estrelato, terá sempre de se comparar com este engenhoso veículo de transição, um filme que deu ao humor de improviso e em sketches curtos um brilho de ficção científica alucinada e tornou Nova Iorque um parque de diversões do paranormal. O realizador Ivan Reitman também nunca deixa de ter tempo para os aplausos das multidões terra-a-terra, os vendedores de rua de cachorros quentes, e uma gestão política da câmara muito inspirada na realidade da época.

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4. The Shining (1980)

De um certo ponto de vista, todos os filmes de Stanley Kubrick são filmes de terror: a assustadora solidão cósmica de 2001: Odisseia no Espaço, a aniquilação festiva de Dr Strangelove, os duelos até à morte de Barry Lyndon. Tudo isto para dizermos que quando o realizador finalmente se decidiu a fazer um thriller a sério, o resultado foi, paradoxalmente, uma inultrapassável comédia satírica sobre a Família Americana. Com sangue nos elevadores. Essencial.

3. ET: O Extraterrestre (E.T.: The Extra-Terrestrial, 1982)

O encantamento quase infantil de Spielberg não teve até hoje melhor tradução do que esta aventura mágica, o exemplo acabado da forma como o realizador consegue chegar ao coração das audiências. Mais subtilmente, ET não é apenas um filme sobre acreditarmos em sonhos e pedirmos desejos enquanto olhamos para as estrelas. É uma história que mostra como dizer adeus e lidar com a dor própria: no final, Elliot é um homenzinho.

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2. Blade Runner (1982)

Estamos numa Los Angeles sombria em 2019 e Harrison Ford é um assassino frio de "replicants", andróides que, em alguns casos, parecem ter mais alma e coração do que o herói. O pai de toda esta paranóia à volta do conceito de autenticidade é o autor da história original (Do Androids Dream of Electric Sheep), Philip K. Dick, que viu o filme pouco antes de morrer e deu-lhe a sua aprovação. Mas é preciso dar mérito ao realizador Ridley Scott (e ao colaborador musical Vangelis, que puxou sem medo pelos sintetizadores) por ter traduzido tudo numa visão cinematográfica única, em que as mulheres usam véus nas discotecas e a humanidade está de luto por si própria.

1. Veludo Azul (Blue Velvet, 1986)

E aqui está aquele que para nós é o título mais marcante dos anos 80, um filme que transformou os seus espectadores em detectives secretos e pô-los a farejar o lado sórdido dos subúrbios ricos americanos. A aventura surreal de David Lynch foi algo de absolutamente novo na sua época e inspirou também uma série de culto, Twin Peaks. Sobretudo, Veludo Azul permitiu a um dos mais criativos realizadores da sua geração explorar até ao limite a sua imaginação muito particular.

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