Olivia de Havilland
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Os melhores filmes com Olivia de Havilland

Recordamos a actriz de 'E Tudo o Vento Levou' e 'A Herdeira', que morreu há dias aos 104 anos, com oito das suas maiores interpretações

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Era a última sobrevivente do elenco de E Tudo o Vento Levou, e um dos nomes mais ilustres da Era de Ouro do cinema americano. Olivia de Havilland morreu há dias em Paris, onde vivia há muito tempo, com 104 anos. Irmã da também célebre Joan Fontaine, com a qual não esteve nas melhores relações durante décadas, de Havilland protagonizou vários filmes imorredoiros da era clássica de Hollywood e ganhou dois Óscares, por Lágrimas de Mãe, de Mitchell Leisen, em 1947, e A Herdeira, de William Wyler, em 1950. Estes são dois dos seus oito melhores papéis, que aqui recordamos.

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Os melhores filmes com Olivia de Havilland

‘O Capitão Blood’, de Michael Curtiz (1935)

O primeiro de cinco filmes que Olivia de Havilland fez com Errol Flynn (com o qual ainda era aparentada) é uma empolgante e movimentada aventura de piratas. Flynn é o Capitão Blood do título, um médico injustamente condenado como traidor e que depois de se evadir da colónia penal nas Caraíbas para onde foi enviado, se dedica à pirataria. De Havilland é graciosa e luminosa no papel de Arabella, a mulher pela qual Blood se apaixona, mas que não se lhe entrega facilmente.

‘As Aventuras de Robin dos Bosques’, de Michael Curtiz e William Keighley (1938)

Já foram filmadas inúmeras versões das aventuras de Robin dos Bosques, mas esta, com Errol Flynn no papel do lendário herói e exímio archeiro inglês, e Olivia de Havilland interpretando a radiosa Lady Marian, continua a ser a melhor de todas e a não ter uma ruga que seja. O Robin de Flynn é carismático e corajoso, a Marian de de Havilland é adorável e tenaz, e juntos formam um dos mais inesquecíveis pares do cinema de aventuras, e da Hollywood clássica.

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‘E Tudo o Vento Levou’, de Victor Fleming (1939)

A determinada, sedutora e manipuladora Scarlett O’Hara de Vivien Leigh é o pivô de E Tudo o Vento Levou, mas o contraponto que Olivia de Havilland lhe faz na doce, sacrificada e bondosa Melanie (de Havilland dizia que dava muito mais trabalho interpretar uma “boazinha” do que uma “mázona”) é absolutamente fundamental para o equilíbrio dramático, emocional e narrativo desta obra-prima da Era de Ouro de Hollywood. E há por aí muito boa gente que prefere a feliz, equilibrada, dedicada e refinadamente feminina Melanie, à atormentada, calculista, complicada e algo masculina Scarlett.

‘Lágrimas de Mãe’, de Mitchell Leisen (1946)

Olivia de Havilland ganhou o seu primeiro Óscar de Melhor Actriz neste melodrama assinado por Mitchell Leisen, de quem ela dizia ser o seu realizador favorito. De Havilland faz uma mãe solteira que tem que entregar o filho para adopção, mas nunca deixa de saber como corre a vida dele, ao mesmo tempo que se transforma numa empresária de sucesso, e espreme até à última gota, com entrega e convicção, todo o sumo dramático da sua personagem, e da história.

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‘O Espelho da Alma’, de Robert Siodmak (1946)

Este policial algo menosprezado, mas a todos os títulos excelente, deu a Olivia de Havilland a oportunidade de interpretar gémeas, Terry e Ruth Collins. Um médico é encontrado morto e a polícia suspeita da namorada. Só que esta tem uma irmã gémea e torna-se muito difícil saber qual das duas é a assassina, pois ambas dizem estar inocentes Um grande papel duplo de de Havilland, que vive Terry e Ruth incutindo-lhes atitudes e modos de ser diferentes e torna ambas perfeitamente credíveis no que as aproxima e no que as afasta

‘O Fosso das Víboras’, de Anatole Litvak (1948)

Olivia de Havilland interpreta aqui uma mulher que desperta um dia num hospício público e não faz ideia porquê e como foi lá parar. Este filme foi o primeiro a mostrar, com realismo, como era e funcionava um asilo psiquiátrico, bem como as doenças mentais e os seus efeitos sobre as pessoas que delas sofriam. A interpretação de de Havilland é notável de verdade, sem nunca mendigar a compaixão do público, sendo sem dúvida uma das melhores da sua carreira. O filme teve um tal impacto, que levou a que vários estados dos EUA alterassem as suas legislações de saúde mental.

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‘A Herdeira’, de William Wyler (1949)

Esta adaptação ao cinema do romance de Henry James deu a Olivia de Havilland o seu segundo Óscar de Melhor Actriz. Ela é Catherine Sloper, a herdeira do título, uma mulher sob o jugo do pai (Ralph Richardson) e à qual foi dito que não tem prendas sociais nem é bonita o suficiente para conseguir um marido. Até que aparece um pretendente (Montgomery Clift) e Catherine julga que encontrou o amor e vai enfim ser feliz, embora o pai diga que o rapaz não passa de um caçador de fortunas. Uma assombrosa interpretação de de Havilland, percorrendo os vários e díspares estados emocionais vividos pela personagem, até ao inesquecível plano final.

‘Com a Maldade na Alma’, de Robert Aldrich (1964)

Bette Davis e Joan Crawford estiveram para voltar a contracenar nesta fita sob a direcção de Robert Aldrich, após o grande sucesso de Que Teria Acontecido a Baby Jane?, mas Olivia De Havilland acabou por substituir Collins no papel da prima aparentemente prestável e preocupada da personagem de David, que na verdade a está a tentar levar à loucura. De Havilland aproveitou este papel para dar um valente abalo na sua imagem de “boazinha” encartada, e dar corpo a uma soberba vilã: calculista, dominadora e cruel.

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