'A Múmia', de Karl Freund (1932)
A génese da Múmia, há 85 anos, deve-se ao produtor da Universal Carl Leammle Jr., que pediu ao jornalista, dramaturgo e argumentista John L. Balderston, que já tinha colaborado em Drácula e em Frankenstein, que escrevesse uma história de terror envolvendo múmias e inspirada na descoberta e abertura do túmulo de Tutankhamon, em 1923, que tinha lançado a moda do Egipto e da egiptologia no Ocidente, e espalhado o mito da “maldição dos faraós”. Balderston havia coberto o acontecimento para um grande jornal americano e baseou-se nele para assinar A Múmia, onde uma expedição arqueológica descobre, nos anos 20, a múmia do sacerdote Imhotep, embalsamado vivo por ter tentado ressuscitar o seu amor proibido, a princesa Ankh-es-an-amon. A leitura de um pergaminho mágico traz Imhotep à vida, e ele vai procurar a reincarnação da sua amada. O director de fotografia alemão Karr Freund (O Golem, Metrópolis) estreou-se aqui a realizar, e Boris Karloff interpreta a Múmia, num filme sem efeitos especiais e onde o terror nasce da mestria visual de Freund e da presença sinistra de Karloff, que não voltaria a personificar a criatura sobrenatural vinda dos confins da era dos faraós nos cinco filmes seguintes da série, cada um pior que o anterior.