Lou é um dos nomeados ao Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação
PixarLou é um dos nomeados ao Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação
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Óscares 2018: E a Melhor Curta-Metragem é…

A doença – mental, física, social, política – é, de certo modo, o ponto em comum entre os cineastas nomeados para o Óscar de Melhor Curta-Metragem, todos estreantes nestas andanças. Descubra ainda os candidatos na mesma categoria, mas de animação.

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Entre a angústia adolescente radical e a perseguição religiosa no Quénia, passando pela alucinação, a surdez e o racismo, encontram-se cinco exemplos que, embora diferentes nas suas escolhas narrativas, representam uma maneira de ver atenta e crítica. Isto é: os nomeados para Melhor Curta-Metragem são um quinteto de modelos ilustrando o desnorteio do mundo.   

Já a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação é, sem dúvida, uma das que passa mais despercebida nos Óscares. Contudo, além do experimentalismo, as curtas-metragens revelam realizadores e produtores, como as cinco duplas presentes na disputa deste ano, com uma excepção, todas na sua primeira nomeação.

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Dekalb Elementary

O filme de Reed Van Dyk vem mesmo a propósito quando, nos Estados Unidos, mais um miúdo mentalmente desorientado operou um massacre numa escola. Não é o primeiro, e dificilmente será o último filme onde se encontra um rapaz nos seus 20 anos, Steven, vem-se a saber mentalmente instável, na secretaria de uma escola a mandar a recepcionista evacuar o edifício antes de a fazer refém e chamar a polícia.

The Eleven O’Clock

Derin Seale e Josh Lawson preferiram uma abordagem mais, digamos, bem-disposta e ligeiramente absurda para contarem esta história de um psiquiatra que, pacientemente, trata um homem dado a alucinações. O que se torna tarefa realmente bicuda pois o doente acredita ser ele o médico, tornando o filme uma espécie de concurso de psicanálise a caminho do descontrolo.

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My Nephew Emmett

Recuando até 1955, damos, no filme de Kevin Wilson Jr., com dois homens brancos invadindo à má fila a casa de Mose Wright, um pregador negro do Mississippi, para raptarem o sobrinho de 14 anos. Emmett Till, jovem vindo de Chicago de visita à família, que cometera, na perspectiva dos racistas que o capturaram e lhe queriam fazer a folha, o inadmissível crime de assobiar a uma rapariga branca que passava na rua.

The Silent Child

A proposta dos realizadores Chris Overton e Rachel Shenton entra em território mais íntimo para contar a história de Libby e levar a sua película através do silêncio com que esta rapariga à beira de entrar na escola primária vive. O mais interessante no filme de Overton e Shenton é a forma como representam a visão do mundo de uma surda profunda a quem uma assistente social ensina linguagem gestual, enquanto o cepticismo dos pais se torna numa espécie de relutância em envolverem-se na educação da filha, transformando-se no principal obstáculo ao desenvolvimento de Libby.

 

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Watu Wote/All of Us

Um filme curto que se conta em poucas palavras como se se tratasse de uma fábula sobre a discriminação. Fábula terrível, a criada por Katja Benrath e Tobias Rosen, para contar como Jua, uma cristã no Quénia, durante uma viagem de autocarro, se sente incomodada por estar rodeada de muçulmanos. Karma: o veículo é abruptamente parado por militantes do grupo terrorista Al-Shabaab, que instigam os muçulmanos a denunciarem os passageiros cristãos, deixando a mulher entregue a si própria.

Dear Basketball

Podia ser um filme publicitário, ou o capricho de um astro do desporto, mas a película que Kobe Bryant produziu sobre si próprio e deu a Glen Keane para realizar vai por um caminho muito diferente. Os admiradores de basquetebol, melhor se em simultâneo forem também apreciadores de cinema de animação, são quem está em melhores condições para fruir este exercício estético sobre o corpo em movimento, ao mesmo tempo história de uma carreira longa e produtiva com a sua quota de sacrifício.  

Garden Party

E agora uma coisa completamente diferente. Sapos. Nem mais. Sapos que na visão do realizador Victor Caire e do seu produtor, Gabriel Grapperon, habitam não só as águas do jardim como ainda frequentam a sua luxuosa vivenda. E, aí, estes sapos amorosos e dados ao acidente com frequência, vivendo a opulência de petiscar clandestinamente caviar e doçaria fina entre braçadas, tornam-se nos maiores concorrentes dos gatos de internet.

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Lou

É mais ou menos uma história moral, esta em que Lou, o responsável pela caixa de perdidos e achados de uma escola, tenta convencer o rufia J.J. que dar aos seus colegas, geralmente aterrorizados só com a sua presença, o vai fazer sentir-se muito melhor do que roubá-los, como é seu costume. Dave Mullins realizou e Dana Murray produziu esta animação convencional, mas sem dúvida desembaraçada.

Negative Space

Max Porter e o seu produtor, Ru Kuwahata, só precisaram de um poema de 150 palavras, escrito por Ron Koertge, para fazer de Negative Space uma pequena maravilha de manipulação narrativa e, ao mesmo tempo, ilustrar a relação entre um pai e o seu filho desenvolvida através da arte de… fazer uma mala.

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Revolting Rhymes

Foi a partir da versão revisionista de clássicos infantis há muito escrita por Roald Dahl que o realizador Jakob Schuh e Jan Lachauer criaram a sua curta candidata ao Óscar. E a sua versão conta como Capuchinho Vermelho e Branca de Neve, duas jovens mulheres que desafiam as convenções, criam o seu próprio final feliz. Schuh e Lachauer são também os cineastas mais experientes deste grupo de nomeados. O primeiro estreou-se em 2010, com The Gruffalo, enquanto o produtor teve o seu filme de 2012, Room on the Broom, na lista de candidatos do ano seguinte.

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Vendo as nomeações de maneira aritmético-desportiva, A Forma da Água segue à frentee Três Cartazes à Beira da Estrada está na sua peugada. O que pode muito bem nãoquerer dizer nada. Surpresas podem acontecer, pelo que nada é garantido. Excepto serem estas as nove películas nomeadas para Óscar de Melhor Filme.

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Apesar dos Óscares especiais para Branca de Neve e os Sete Anões, Quem Tramou Roger Rabbit e Toy Story, ou a nomeação para Melhor Filme de A Bela e o Monstro, foram precisas sete décadas para os profissionais de animação verem reconhecido o seu trabalho. E desde Shrek grande foi a evolução, vísivel na lista de nomeados. 

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Este Óscar deve premiar canções que tenham um papel real no filme (A Whole New World, em Aladino, por exemplo). Nem sempre acontece. Talvez aconteça este ano. Seja como for, embora atribuído aos compositores, não é indiferente quem canta os temas nomeados. E há intérpretes de peso nesta edição.

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