Nove, foi a conta que a Academia fez
Como se costuma dizer, em boa hora teve Ivo Ferreira a ideia de pôr em cinema as cartas que o escritor António Lobo Antunes escreveu à mulher quando a Guerra Colonial os afastou. As quais, só por si, depois de adaptadas pelo realizador e por Edgar Medina, valem parte considerável do filme. Contudo, Cartas de Guerra é mais do que a adaptação de um belo conjunto de textos. É um filme que corresponde a uma ideia de cinema. Uma ideia de cinema que prefere a arte ao entretenimento mas mantém os pés na terra, por assim dizer. Daí que das suas 11 nomeações tenha ficado com os prémios Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Adaptado, mais Melhor Montagem (Sandro Aguilar), Melhor Direcção de Fotografia (João Ribeiro), Melhor Som (Ricardo Leal), Melhor Guarda-Roupa (Lucha d’Órey), Melhor Direcção Artística (Nuno G. Mello), Melhor Maquilhagem e Cabelos (Nuno Esteves).