Rian Johnson no set star wars
©David James/Disney
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Rian Johnson: “Star Wars é sinónimo de diversão”

‘Star Wars: Os Últimos Jedi’ era o trabalho de sonho de Rian Johnson. Falámos com o realizador

Joshua Rothkopf
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Há quem já considere Rian Johnson o novo George Lucas, apesar de Star Wars: Os Últimos Jedi – ou o Episódio VIII para quem ainda não parou de contar – ainda nem se ter estreado. Quando nos sentamos com ele, em Los Angeles, o novo filme ainda não se estreou, no entanto o realizador já sabe o que o futuro guarda: deram-lhe as chaves de toda a galáxia e vai realizar mais três capítulos de Star Wars. Mas antes, promete ele, Star Wars: Os Últimos Jedi vai ter momentos muito intensos.

 

Tens a idade certa para ser obcecado pela Guerra das Estrelas. Eras um grande fã em criança?

É por isso que estou aqui. Lembro-me de o meu pai me meter no carro para ver o filme quando tinha quatro anos. E os miúdos nos anos 70 não iam assim tanto ao cinema. [Mas] mais do que os filmes, foram os brinquedos. A minha primeira “encenação” foi com esses bonecos, nesse mundo.

Eras daqueles que tinha lençóis da Guerra das Estrelas?

Oh, sim: tinha roupa interior e tudo. Senti um nó na garganta quando entrei no Millenium Falcon pela primeira vez. Não estava a pensar nos filmes – estava a pensar nos meus brinquedos, naquilo que eu projectava neles quando era uma criança.

A ideia sempre foi levar a trilogia para um lugar mais negro neste filme?

Sim, um bocado. A função do segundo capítulo de uma trilogia, ou do segundo acto de um filme, é fazer as personagens passarem as passinhas do Algarve. É aí que tudo corre mal. Têm de passar mal e aguentar. É isso que forja a sua personalidade. Portanto, nem que fosse por isso, sabíamos que iam haver momentos mais intensos.

Rian, estás a assustar-me.

Mas por outro lado eu queria que fosse um filme de Star Wars. E, para mim, isso é sinónimo de diversão, é uma viagem. Não te preocupes que vai acabar tudo bem. As bases foram lançadas pelo J.J. [Abrams], em Star Wars: O Despertar da Força, e eu fiquei com a parte do meio sumarenta.

Porquê tu?

Para ser honesto, não faço ideia. Não é falsa modéstia, não sei mesmo o que os fez pensar: Vamos contratar o gajo que fez o Looper: Reflexo Assassino, Brick e Os Irmãos Bloom. Terá sido um erro de secretaria? Não sei. Mas estou muito contente por me terem chamado. Estou orgulhoso do filme – é muito pessoal para mim, tanto como qualquer outro dos meus filmes.

Como é que foi escrever o guião?

Recebi o guião de Star Wars: O Despertar da Força e eles disseram: “E agora o que é que fazemos?” Não havia um grande plano, foi mesmo uma passagem de testemunho. Eu adorei o anterior e queria levar a história em diante de um modo orgânico. Mas, tirando isso, tive a liberdade de contar a história que queria. Os filmes originais foram muito importantes, muito pessoais, para o George [Lucas] e foi isso que lhes deu o coração. Por isso eles não tentaram guiar-me nesta ou naquela direcção. Antes pelo contrário, estavam activamente a empurrar-me para fazer algo pessoal.

Estavas preocupado por perder o teu lado indie?

Não penso nisso como um lado indie. E garanto-te que não estava preocupado com nada. Isto está enraizado em mim.

E já foste contratado para fazer mais três filmes de Star Wars. Eles devem ter gostado mesmo de Star Wars: Os Últimos Jedi.

Espero que sim. Demos-nos todos bem. Disse-lhes que o mais interessante para mim era contar uma nova história ao longo de três filmes, ter novos personagens e uma nova tela para pintar, mas neste mundo.

Já agora, fala-me um bocado dos Porgs. De onde é que vêm?

Queria aligeirar as cenas na ilha com o Luke e a Rey. E quando fomos visitar Skellig Michael, a ilha irlandesa onde rodámos, percebi que era um santuário ornitológico e estava carregado de papagaios-do-mar. Tinhas de ter cuidado para não pisar aquelas criaturas adoráveis. Eles andam por ali, a tentar voar de um modo patético. E eu pensei: “É mesmo isto. Vamos criar isto, mas numa versão de Star Wars. Que faça parte do meio ambiente.”

O George Lucas nunca fez isso.

Achas que não? Star Wars esforça-se para reflectir o mundo como ele é. Estes filmes falam sempre para o presente. Isto tem muitas camadas.

 

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