Diz-se que existe uma ténue linha que separa a genialidade e a demência. Pois se há – diz Rui Monteiro –, João César Monteiro foi decerto o cineasta português que mais trabalhou sobre esse traço imaginário.
Em sete longas-metragens e uma curta poético-documental, o Ciclo Viva João César Monteiro, no Cinema Monumental, a partir de domingo, comemora os 80 anos do nascimento, década e meia depois da morte do autor que desafiou o consenso e dirigiu com uma energia, intrepidez e autenticidade uma mão-cheia de filmes que para uns são de génio, para outros são de louco. Mas, para todos, obras singulares criadas por um espírito possuído pelo cinema. Oito dos seus 22 filmes é uma amostra a não perder.