Os primeiros bares gays em Lisboa começaram a espreitar pela fresta do armário nos anos 60. Hoje, os dedos de duas mãos não chegam para os contar. Este é só um sinal de que a cidade está cada vez mais arejada e pronta para acolher toda a gente.
Uma escultura de um homem nu da autoria de João Cutileiro, “a única que fez”, dizem-nos, e até agora escondida algures no Trumps, é um dos poucos pormenores da decoração a mudar no Secret (antes Cocktail Art, bar da escola de bartending Cocktail Team), no Príncipe Real. “Já era uma ideia antiga termos um bar onde os nossos clientes pudessem estar antes de irem para o Trumps”, conta Marco Mercier, um dos responsáveis de comunicação da discoteca que se diz “hetero-friendly”. A oportunidade surgiu e o bar inaugurou num abrir e fechar de olhos.
Nem foi preciso obras, só arranjar uma programação que abrangesse todos os dias da semana (excepto domingo) – o Trumps abre apenas à sexta, sábado e vésperas de feriado.
Às segundas acontece a festa Pink Mondays, com a “oferta de shots cor-de-rosa”, à terça há as cocktail nights, “com cocktails a preços especiais” (o da casa, Secret, tem “ingredientes secretos”) e à quarta é dia de festa Erasmus, a primeira virada para o público estudantil LGBT em Lisboa.
O grande objectivo do bar é servir de warm-up para as noites concorridas do Trumps, onde muitas vezes as filas se prolongam pela rua. “No Secret as pessoas podem comprar bilhetes para o Trumps a preços especiais, em vez de estarem na fila, e beber um copo”, continua Marco.
Talvez até queiram por ali ficar. À quinta há uma noite “mais cosy”, a Secret Night, e à sexta uma festa Pop Corn animada por uma drag queen, que serve de aperitivo para a Dirrty Pop no Trumps, só com hits pop. Ao sábado, conte com sets dos DJs nacionais e internacionais que tocam nessa noite no Trumps.
Rua Cecílio de Sousa, 72 (Príncipe Real). Seg-Sáb 22.00-03.00.