O boutique hotel inaugurado em Março de 2016 ocupa um edifício pombalino do século XVIII, um dos muitos projetados a mando de D. José I depois do terramoto de 1755, mas desengane-se quem acha que isto quer dizer que entrar no n.º 20 da Praça do Município é recuar ao passado. O Alma Lusa fez-se moderno e descontraído para responder à procura do público mais jovem. Inclui, no entanto, na sua identidade alguns elementos da História de Portugal – a começar pelo logótipo que o grupo Alma Lusa Hotels escolheu como imagem de marca. Senão vejamos: sabe o que é uma aldraba? Aquela pequena tranca ou ferrolho de metal que se usava antigamente para fechar portas e portões. Se calhar orienta-se melhor se lhe dissermos que a palavra também designa os batentes das casas antigas, aquelas argolas ou pequenas mãos esculpidas em ferro que usamos para chamar “ó da casa”. E não, não estamos a aldrabar.
Com 28 quartos, o Alma Lusa está a uma rua de distância do Chiado, da Ribeira das Naus e da azáfama comercial da Baixa. E mesmo que não tenha a sorte de pernoitar aqui, vale a pena fazer uma visita ao restaurante Delfina, onde os petiscos tradicionais ganham nova vida com temperos exóticos. Se Delfina fosse chef, aliás, apostamos que teria dado a volta ao mundo antes de assentar arraiais por aqui. Mas na verdade, Delfina não existe, é só uma personagem imaginária que dá a cara por uma cozinha honesta e descomplicada, aqui bem representada nos peixinhos da horta com tártaro de gengibre ou no pica-pau com pickles, assim mesmo à portuguesa, como manda a tradição.
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