Felizmente há quem consiga nomear de A a Z os grandes clássicos da literatura sem perder o fio à meada e ainda quem, espante-se, faça questão de os manter vivos e de boa saúde. O Eurostar das Letras é um fiel representante do movimento, e embora não prometa aumentar as vendas de livros em Portugal, assume o compromisso de relembrar que a literatura não é coisa do passado nem tem de ser chata. A prová-lo, um hotel de luxo nas traseiras da Avenida da Liberdade que convida os hóspedes a juntarem-se em soirées animadas pela memória dos grandes escritores. Os 107 quartos foram buscar o nome a Virginia Wolf, Stendhal, Shakespeare ou Mark Twain, com excertos da obra de cada um a pairar sobre as cabeceiras das camas. Passe no bar para cumprimentar Dickens e na sala de reuniões para ver o encontro improvável entre Pessoa e Cervantes. Tudo numa atmosfera moderna, com cascatas de luz que caem sobre os móveis de design e o chão de mármore preto a definir, logo à entrada, a personalidade criativa do hotel. O Eurostar é peculiar também no preço, muito inferior ao que se espera de um cinco estrelas, mas nem por isso descura o atendimento gentil e a oferta de serviços. Há um pequeno fitness center com sauna e ginásio e um restaurante especializado em cozinha portuguesa – o bacalhau cozido a baixa temperatura é a estrela do cardápio. No Verão, as refeições podem ser servidas no terraço do restaurante, que é também o melhor sítio para tomar o pequeno-almoço.
Na recepção encontra informação sobre os roteiros literários de Lisboa, mas se já tiver dado tudo o que tem para dar para o universo dos livros, há outras sugestões para conhecer o centro histórico da cidade e a avenida das compras, a apenas dois minutos de distância.