Hospedaria

Diz o dicionário que uma hospedaria é uma “casa onde se admitem hóspedes, mediante retribuição”, uma definição que sabe a pouco quando se conhece a Hospedaria, no barrocal algarvio, entre a Ria Formosa e a serra, erguida nas ruínas de uma antiga taberna e posto de correios, mesmo à beira da estrada. Quem passa, não consegue sequer imaginar o pequeno hotel, aberto há cinco anos. Tem cinco quartos apenas, todos eles com pátios privados, todos eles diferentes. Em cada esquina, reina o silêncio, sem que nunca seja demasiado. Aliás, tudo na Hospedaria parece feito na medida certa. Há espaços comuns onde apetece ficar só a apreciar, tal é o gosto e conforto. No exterior, num recanto, há uma pequena piscina e um honesty bar. O projecto de arquitectura é do Atelier Rua, também responsável pela Pensão Agrícola, a menos de um quilómetro. Foi na Pensão Agrícola que tudo começou num espaço maior, mas nem por isso com mais quartos – são seis – porque, como explica Rui Liberato de Sousa, um dos sócios, em nenhum momento se pode pôr em causa o sentimento de exclusividade, ou de se estar num sítio especial. A pedido, é possível jantar, e o pequeno-almoço é servido à mesa, como alguém que nos recebe em sua casa. Para breve, o grupo promete novidades das boas: não muito longe daqui nascerá mais um hotel, desta vez com mais quartos, serão cerca de duas dezenas. “Apenas porque o espaço permite, mas a curadoria não está posta em causa, nunca. Connosco, menos é mais sempre.”