Hotel Borges Chiado

O lobby não surpreende senão pelo excesso de focos de luz branca que atrapalham a navegação num chão já complicado, às riscas pretas e brancas, mas é a sala de pequenos-almoços que nos arrebata pela imponência, um salão com tectos trabalhados a dourado, grandes lustres e uma atmosfera clássica, quase monástica que, agora que pensamos nisso, não combina nada bem com a imagem que guardámos da entrada do hotel. Talvez seja neste ecletismo que o Hotel Borges Chiado encontra a sua fórmula de sucesso, ou então no facto de estar posicionado no centro da acção, em pleno Chiado, vizinho das míticas pastelarias Bernard e Brasileira (onde está a estátua de Fernando Pessoa), a uma curtíssima distância do Bairro Alto e da Baixa. Nos quartos (96), há ambientes e ondas diferentes, desde o clássico ao moderno, alguns com inclinação mais tradicional, outros um bocadinho mais extravagantes, com mantas de pêlo e poltronas de veludo. A vista, para quem escolher um dos quartos da fachada, é nada mais nada menos do que o Largo do Chiado, desde os Armazéns até à Praça Luís de Camões. Não é uma panorâmica alargada, que não é, mas é um pequeno preço a pagar para ficar instalado no centro do centro.
O hotel não tem restaurante, nem precisa, com a quantidade de oferta que existe à volta – o Sea Me para um jantar de peixe está a cinco minutos a pé, o mesmo tempo que demora a chegar às pizzas napolitanas da Mercantina. O pequeno-almoço é buffet e há um terraço com bar para aproveitar nos dias de sol.