Se não fosse a simpatia e boa onda da equipa ao comando das operações, a experiência passaria de fabulosa a muito agradável, e isso não sendo necessariamente mau, deixaria as coisas pela metade. Deve o charme ao arquitecto Luís Rebelo de Andrade, que fez questão de manter a traça do edifício do século XV e de recuperar os vestígios romanos encontrados durante a remodelação, sem receio de juntar passado e presente debaixo do mesmo tecto. De uma ruela calma de Alfama – parece impossível, mas ainda há algumas ruas silenciosas –, mesmo ao pé do Miradouro de Santa Luzia, um dos poucos que ainda não foi tomado de assalto pela vaga turística, vê-se o Tejo sem interrupções, especialmente para quem se instalar na suíte Santiago, com uma panorâmica absurda sobre a cidade e o rio. Os 19 quartos são todos diferentes em tipologia, e mesmo os mais económicos incluem uma série de mimos que não é costume encontrar num boutique hotel: espaço, cama grande, closet e casa de banho com banheira, que, em alguns quartos, pode ser uma banheira antiga de pés. Não há piscina nem jardim mas a falta de espaço ao ar livre está justificada, e bem, pela própria morfologia do terreno. Mas porque tem a sorte de ser um edifício naturalmente espaçoso que permite algumas extravagâncias logísticas, a oferta de comida e bebida é aos montes, com três espaços distintos com ambientes e propósitos diferentes. No café Audrey, obviamente inspirado no glamour da diva, o pequeno-almoço é servido à carta de entre uma oferta imensa de ovos, panquecas, torradas, chá, iogurte e fruta. Para almoçar e jantar, duas boas opções: a Fábrica de Santiago e o Manny’s Bar que, apesar do nome a induzir em erro, é o restaurante oficial do hotel, com ementa mediterrânica assinada pelo chef Carlos Robalo.
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