LuisAraujo
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Raw Culture Hotel: dormir numa galeria no Bairro Alto

O novíssimo Raw Culture Hotel é uma autêntica galeria de arte privada. Adormecemos rodeados de peças valiosas e acordámos com vista para o Bairro Alto.

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Tudo começou há três anos, quando José Oliveira andava à procura de casa e se deparou com uma antiga tipografia na Rua das Gáveas, ao Bairro Alto. O útil, que é como quem diz os seis armazéns atolados com a sua colecção privada, juntou-se ao agradável: a possibilidade de adquirir um edifício descaracterizado e a precisar de vida. E assim nasceu o Raw Culture Bairro Alto, um aparthotel que vive pela arte que o recheia, dos quadros ao mobiliário, tudo parte do acervo de José, que decidiu praticar o desapego e pôr ao usufruto público algo tão pessoal como a sua colecção.

Raw Culture Hotel

O estilo industrial manteve-se juntamente com a traça interior original do edifício, mas a base é a arte urbana, uma das maiores paixões de José – foi comprando no estrangeiro até começar a ter olho de lince para artistas portugueses como Wasted Rita, Miguel Januário (±MaisMenos±), Alberto Plácido ou o estúdio Pedrita, todos eles com peças nestas paredes. A ideia passa mesmo por criar um conceito de hotel-galeria, não só com as obras que já moram aqui, mas com as exposições temporárias (previstas acontecer de três em três meses) que José anda a magicar em parceria com a galeria Underdogs. “A ideia é transformar a galeria num ponto de encontro no Bairro Alto, sem ser algo ligado à noite”, diz.

Mas nem só de quadros se compõe a colecção. O mobiliário de autor e a decoração — as motas clássicas são um exemplo — são outras paixões do coleccionador. Sofás do dinamarquês Hans J. Wegner ou aparadores de Henry Walter Klein estão espalhados pelos lofts e, mais surpreendente que isso, estão à venda. Existem 33 objectos disponíveis para serem comprados – é a verdadeira arte do desapego.

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De portas abertas desde 28 de Dezembro, o Raw, ainda numa fase de arranque, divide-se por lofts desafogados, 13 no total. “Quero que as pessoas venham ter uma experiência aqui, mais que dormir apenas. Uma experiência sensorial esteticamente apelativa”, explica. A arquitectura moderna e o design cuidado temperam o ambiente pautado pela dureza do betão e contrabalançam com as peças confortáveis, num minimalismo quase nórdico. Dispostos em open space, os hóspedes podem gozar de uma zona de estar e outra de refeições, além da kitchenette munida de electrodomésticos Smeg. Cada loft tem um nome relacionado com elementos urbanos, do Brick ao Steel, e nenhum é igual, o que torna a experiência de estadia ainda mais única. 

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Quanto às refeições, o bar de apoio serve apenas pequenos-almoços, por enquanto, adaptados e a pedido do hóspede — peça as panquecas vegan, vá por nós. Lá para Março já estará a servir refeições ligeiras durante 24 horas, como exige um serviço de cinco estrelas. E como todo o detalhe conta, e a exclusividade é a palavra de ordem, o Raw oferece ainda um tratamento personalizado a todos os hóspedes que chegam ao aeroporto: uma carrinha pão de forma. É difícil competir com isto, não é? 

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Ao passar o beco estreito e escuro, é possível que se pergunte se está no sítio certo. Mas siga sem medos, vai valer a pena: o Memmo Príncipe Real, o primeiro boutique hotel de cinco estrelas no bairro, abriu há um ano, foi eleito em Novembro pela revista Monocle como um dos melhores hotéis urbanos do mundo e fica (bem) escondido, mas tem uma vista incrível sobre a cidade de Lisboa, com o Castelo de São Jorge lá no alto da outra colina.
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As más línguas dizem que é fácil adormecer em museus e que as galerias de arte contemporânea dão sono. No Largo Camões, o hotel Le Consulat vai mais longe e dá-lhe sofás e camas onde se pode estirar confortavelmente enquanto olha para obras de arte.
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