Mas seria desonesto da nossa parte não lembrar o leitor de que a subida pode obrigar a uma série de gincanas pedestres, especialmente para quem anda de mala às costas. O acesso ao Solar dos Mouros, um pequeno hotel de charme vizinho do monumento, não é pêra doce, mas já sabe que uma das condições para ficar no centro histórico é ter de penar um bocadinho para lá chegar. A pessoa farta-se de andar, de cortar por ruelas estreitas que parece que não vão dar a lado nenhum, sobe mais uns degraus, vira-se de costas para apreciar a vista e medir a inclinação, escorrega um par de vezes na calçada e é no preciso momento em que começa a pôr em causa as indicações do Google Maps que vê, escondida entre as árvores, a casa de traça antiga com 13 quartos que de tradicional só tem mesmo o exterior. Lá dentro, uma decoração arrojada que se apoia no choque cromático – há paredes vermelhas, amarelas, azuis, verdes e cor de laranja (não estamos a exagerar). Na primeira impressão, parece a casa particular de um artista, e a verdade é que não anda muito longe disso. Os quadros nas paredes são quase todos assinados pelo proprietário, Luís Lemos. Os restantes foram trazidos de África, de onde vem também algum do mobiliário e grande parte do charme.
Dos quartos, alguns com varanda, está garantida a vista sobre Lisboa, mas é na Suite Deluxe, a única com terraço, que se consegue uma panorâmica de quase 180 graus – de fora ninguém diria.
O pequeno-almoço buffet é servido no jardim das traseiras e na ausência de restaurante, há um bar de tapas junto ao lobby com petiscos tradicionais, vinhos e cocktails.