Conhecer e sentir a Lisboa típica não significa necessariamente ter de se alojar numa rua estreita e escorregadia do centro histórico – há alternativas mais convenientes e igualmente sedutoras que permitem privar com a dinâmica alfacinha sem ter de se enfiar no meio da azáfama turística. O Valverde Hotel, na Av. da Liberdade é, nesse caso, a escolha certa. Atrás da fachada do século XIX esconde-se um boutique hotel que se distingue dos demais pela veia artística e serviço irrepreensível. Mas vamos por partes. Logo à entrada percebe-se que o restauro do edifício foi um assunto levado muito a sério, tão a sério que no momento de dar vida ao hotel não houve dúvidas em arriscar numa estética arrojada que fizesse sobressair ainda mais a traça antiga. O que podia ter resultado numa decoração esquizofrénica é, na verdade, o grande trunfo do Valverde, que consegue captar a atenção para a História do país sem se tornar aborrecido – antes pelo contrário. Há azulejos centenários, porcelanas finas, tapeçarias antigas e mobiliário vintage, sem deixar para trás a herança mourisca cravada nas peças de madeira trabalhada nem os detalhes em mármore, a lembrar aqueles tempos em que a pedra era elemento essencial em qualquer casa que se prezasse do nome. E depois, em representação da arte contemporânea, as peças de Viera da Silva a acrescentar ainda mais valor ao acervo artístico do hotel. Não é coisa pouca, mas ainda há mais. Os 25 quartos e suítes variam na dimensão e tipologia – a estrutura original do edifício não deixa grande margem para avarias arquitectónicas –, mas mesmo nos mais pequenos, com pouco mais de 20 m2, houve o cuidado de compensar a falta de espaço útil com grandes casas de banho com duche e banheira de pés.
No piso térreo, o restaurante Sítio, ao estilo brasserie, aposta numa ementa curta mas muito eficaz, dedicada à cozinha e aos vinhos regionais. Ao pequeno-almoço, entre outros exemplares da doçaria tradicional, há pastéis de nata à discrição.
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