Ilustração do livro O Meu Primeiro 25 de Abril
© Helder Teixeira Peleja‘O Meu Primeiro 25 de Abril’, de José Jorge Letria (texto) e Helder Teixeira Peleja (ilustração)
© Helder Teixeira Peleja

A revolução para garotos: livros para crianças (e jovens) sobre o 25 de Abril

Para mostrar aos que não viram acontecer, leia (em voz alta) este livros sobre o 25 de Abril que trocam a revolução por miúdos.

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A famosa fotografia do menino de cabelinhos aos caracóis a pôr um cravo numa arma está muito desactualizada. Esse rapaz tem agora para cima de 40 anos. Mas para os que não chegam aos dois palmos de altura, e já estão a perguntar o que é isso da revolução dos cravos, seleccionámos mais de uma mão cheia de livros que vale a pena ler em família. Uns já são antigos, outros novinhos em folha, outros estão ali no meio, mas valem todos a pena adicionar à estante. 50 anos depois, continuamos a celebrar o 25 de Abril, esse “dia inicial inteiro e limpo”, por que tantos ansiaram e lutaram e que, hoje, urge lembrar – e proteger.

Recomendado: Programas para celebrar o 25 de Abril agora, em Lisboa (e arredores)

25 de Abril. A revolução trocada por miúdos

O Meu Primeiro 25 de Abril

José Jorge Letria tinha 22 anos quando, no dia 24 de Abril de 1974, foi almoçar com a mãe a Cascais. Queria dizer-lhe o mínimo que podia ser dito sobre o que estava para acontecer. Nesse tempo, em que não havia liberdade de expressão e se perseguiam os artistas, Letria era jornalista, cantor de intervenção e um dos poucos civis ao corrente dos planos do MFA. Enquanto fervoroso opositor da ditadura, estava disposto a apoiar uma acção contra o regime com os poucos meios de que dispunha. Assim fez, como nos conta em O Meu Primeiro 25 de Abril, num testemunho ilustrado por Helder Teixeira Peleja.

O Meu Primeiro 25 de Abril, de José Jorge Letria e Helder Teixeira Peleja. Dom Quixote. 40 pp. 13,95€

25 Mulheres

No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril de 1974, a artista visual e ilustradora Raquel Costa convida-nos a recuar à sociedade portuguesa do início dos anos 70, para conhecermos 25 mulheres extraordinárias, cujas histórias nos revelam as contradições da condição feminina, com as quais ainda hoje nos debatemos. Acima de tudo, convida-nos a reflectir sobre o que é ser mulher, o que é ser livre e, claro, como a liberdade – e ser mulher em liberdade – é um caminho em permanente construção.

25 Mulheres, de Raquel Costa. Oficina do Livro. 48 pp. 14,50€

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O 25 de Abril Contado às Crianças... e aos Outros

A publicação original, da Terramar, data de 2002. Nesta reedição, do Clube do Autor, a capa é nova, mas as ilustrações são as mesmas, de João Abel Manta, que ilustra o testemunho de José Jorge Letria, escrito sobretudo para jovens leitores, mas também para pais e educadores. Da revolução de 5 de Outubro à do 25 de Abril, o autor conta-nos como era Portugal antes da vitória da república e da democracia e lembra-nos como a liberdade murcha se não cuidarmos dela, tal como as plantas e as flores se não as regarmos.

O 25 de Abril Contado às Crianças... e aos Outros, de José Jorge Letria (texto) e João Abel Manta (ilustração). Clube do Autor. 68 pp. 14,50€

Era Uma Vez o 25 de Abril

José Fanha viveu o 25 de Abril de 1974 com espanto, alegria e felicidade. Tinha 23 anos e, naquele dia, não saltou só para fora da cama: saltou para dentro da vida. Mas, com o passar dos anos, percebeu que os jovens de hoje pouco sabem desses dias distantes. Com uma paginação engenhosa, que concede à maioria das páginas uma aparência de cartaz, este livro – originalmente publicado pela Alfaguara e agora editado pela Nuvem de Tinta – funciona como um autêntico manual de consulta, profusamente ilustrado, munido de uma linguagem acessível e adequada a jovens (adolescentes, ou quase, essencialmente), que queiram saber como era Portugal durante a ditadura e como foram os primeiros dias depois da revolução dos cravos.

Era Uma Vez o 25 de Abril, de José Fanha. Nuvem de Tinta. 88 pp. 16,65€

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Avó, Onde Estavas no 25 de Abril?

Em Avó, onde estavas no 25 de Abril?, o Manu – que já tinha protagonizado o primeiro livro infantil de Ana Markl, Onde Moram os Teus Macaquinhos?, – vai tentar descobrir o que é que a sua avó quer dizer quando diz que “não foi para isto que se fez o 25 de Abril”. Com o seu humor habitual, a conhecida radialista revisita – com a ajuda das ilustrações de Christina Casnellie – os factos e o imaginário colectivo para revelar aos mais novos o que aconteceu, afinal, naquele dia inicial inteiro e limpo.

Avó, Onde Estavas no 25 de Abril?, de Ana Markl (texto) e Christina Casnellie (ilustração). Lilliput. 2022. 48 pp. 14,95€

7 X 25 Histórias da Liberdade

A estratégia deste livro prende-se com a escolha dos narradores. Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, para crianças entre os nove e os 11 anos, a história chega-nos através de um conjunto de personagens principais, que falam na primeira pessoa e são objectos centrais em todo o processo: o semáforo que travou a revolução durante uns minutos; o lápis da censura, que muda de funções com a revolução; a metralhadora de um soldado ou o portão da prisão de Caxias.

7 X 25 Histórias da Liberdade, de Margarida Fonseca Santos (texto) e Inês Carmo (ilustração). Gailivro. 40 pp. 9,90 

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Vinte e Cinco a Sete Vozes

Nesta reedição de Vinte e Cinco a Sete Vozes, publicado pela primeira vez em 1999 e agora ilustrado por Filipe Abranches, uma estudante universitária prepara um trabalho académico sobre o 25 de Abril, 25 anos depois do acontecimento. A propósito disso, diversos inquiridos, de diferentes idades, vão tecendo reflexões, evocando memórias, desenhando à nossa frente o que foi a revolução dos cravos. O alinhar das suas palavras compõe o mosaico final e o jovem leitor é convidado a unir as pontas soltas.

Vinte e Cinco a Sete Vozes, de Alice Vieira (texto) e Filipe Abranches (ilustração). Caminho. 72 pp. 11€

25 de Abril

Pensado para crianças dos 7 aos 9 anos, este livro é totalmente dedicado ao 25 de Abril de 1974 e relata, através de textos e de imagens, a conjuntura que antecedeu e ditou a Revolução de Abril, bem como o período conturbado que se seguiu. Abordam-se temas como a guerra colonial, a ditadura, a democracia e o acto eleitoral, destacando-se nomes de figuras que se evidenciaram ao longo deste período.

25 de Abril, de Ana Maria Magalhães. Edições Assembleia da República. 71 pp. 6,95€

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