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©Pedro LoboOrquestra Jazz Matosinhos
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Andante risoluto: A covid-19 não pára a música online

Em Portugal, grupos, salas e instituições dos meios do jazz e da clássica continuam a aumentar a oferta de concertos online

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A crise da covid-19 forçou ao encerramento de teatros de ópera, salas de concertos e clubes de jazz, mas, para que os melómanos não passem privações, muitas instituições e agrupamentos musicais tornaram livre o acesso a parte (ou à totalidade) dos seus arquivos. Após ter fornecido um vasto leque de sugestões de concertos online pelas principais salas de concertos clássicos e ópera do mundo, a Time In revela agora alguma da oferta nacional na área do jazz e música clássica.

É claro que nada substitui a experiência de assistir a um concerto ao vivo, mas, até estes regressarem, faça do sofá da sua sala o camarote VIP.

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Andante risoluto: A covid-19 não pára a música online

Fundação Gulbenkian

O site da Fundação Gulbenkian está a disponibilizar um vídeo todas as terças-feiras (que ficará disponível durante 30 dias após a publicação), com actuações do Coro Gulbenkian e/ou da Orquestra Gulbenkian ou de músicos que actuaram no Grande Auditório.

Mas há mais. É também possível ver vídeos pedagógicos em que músicos da Orquestra Gulbenkian apresentam os seus instrumentos. E outros que revelam o que se passa nos bastidores do Grande Auditório.

Além disso, a rede ECHO (European Concert Hall Organisation), de que a Fundação Gulbenkian faz parte, está a disponibilizar um concerto ECHO todas a noites, proveniente de uma vasta arca do tesouro que reúne actuações de solistas, coros, orquestras e maestros de primeiro plano nalgumas das mais conceituadas salas do continente.

uma vez que a transmissão Live in HD das récitas na Metropolitan Opera House de Nova Iorque, um dos eventos mais populares da temporada de música Gulbenkian, está suspensa, o Met está a disponibilizar uma récita Met Opera Live in HD por dia (que fica disponível durante as 23 horas seguintes).

Orquestra Jazz de Matosinhos

Gente famosa é algo que não tem faltado na vida da Orquestra de Jazz de Matosinhos (OJM): já foi dirigida por Carla Bley e Maria Schneider, teve como solistas Dee Dee Bridgewater, Joshua Redman, Mark Turner, Fred Hersch, Chris Cheek e Steve Swallow e gravou com Lee Konitz, Ohad Talmor, Maria João, João Paulo e Kurt Rosenwinkel. Após estar, nos primeiros anos, mais associada ao jazz mainstream, a OJM tem-se aliado a músicos como o trompetista Peter Evans, o contrabaixista Carlos Bica ou o baterista John Hollenbeck e compositores como Darcy James Argue. Alguns dos concertos da OJM com estas estrelas convidadas estão disponíveis no canal de YouTube da OJM.

[“Alguém Olhará Por Ti”, composição de Carlos Bica com arranjos de Carlos Azevedo, pela OJM, com direcção de Pedro Guedes, com Carlos Bica e o seu trio Azul, com o guitarrista alemão Frank Möbus e o baterista norte-americano Jim Black. Ao vivo na Casa da Música, Porto, 14 de Dezembro de 2014]

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Os Músicos do Tejo

O Tejo continua a correr, nada perturbado pelas aflições dos humanos (e até, porventura, mais limpo), e Os Músicos do Tejo, ensemble especializado na interpretação historicamente informada de peças instrumentais e vocais do Renascimento e Barroco, dirigido pelos cravistas Marcos Magalhães e Marta Araújo, disponibilizaram mais dois vídeos no seu canal de YouTube. Uma delas é uma leitura de “Chi Vol Che M’Innamori”, de Claudio Monteverdi, incluído na monumental colecção Selva Morale e Spirituale, publicada em 1641. A obra, a que Monteverdi deu a designação de canzonetta morale, é um corpo estranho numa colecção preenchida integralmente com peças sacras, era destinada originalmente a três vozes (alto, tenor e baixo), dois violinos e baixo contínuo, mas foi rearranjada, nesta interpretação, para cinco vozes e dois cravos.

[“Chi Vol Che M’Innamori”, pelos Músicos do Tejo]

Hot Clube de Portugal

O HCP disponibiliza no seu canal de YouTube muitas centenas de horas de concertos que tiveram lugar naquele que é o mais antigo clube de jazz da Europa. Iniciou actividade em 1948 e já passou por muitas contrariedades (incluindo um incêndio) e não será o SARS-CoV-2 a derrubá-lo.

[“Shiny Axe”, do projecto Axes, liderado pelo saxofonista João Mortágua, com José Soares, Hugo Ciríaco e Rui Teixeira (saxofones) e Alexandre Lázaro e Pedro Vasconcelos (baterias)]

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Teatro Nacional de São Carlos

O nosso teatro de ópera propõe diariamente um novo podcast São Carlos em Sua Casa, em que Jorge Rodrigues conta, durante de 30 minutos, histórias sobre os grandes intérpretes e as pequenas curiosidades que marcaram os 227 anos de existência do teatro.

Ao vivo, na internet

Saudades dos tempos em que, nestas linhas, éramos moralistas com quem passava demasiado tempo no sofá. Agora não temos outra solução que não passar muito tempo no sofá, no cadeirão da varanda, no banco junto à janela, por aí. Mas podemos passar esse tempo a ver espectáculos de teatro e de dança, online, sem sair do sítio onde estamos. Não será a mesma coisa que ir a um teatro, mas é o que temos por agora. E, na dúvida, é melhor aproveitar.

  • Coisas para fazer

A ordem (ainda) é para ficar em casa o máximo possível e evitar aglomerados de pessoas. Abraçando o espírito de comunidade, são muitos os eventos cancelados ou adiados, na esperança de brevemente podermos todos recuperar os bons e velhos hábitos de ir ao teatro, apreciar uma boa exposição, ver um concerto ou simplesmente matar saudades de um brunch incrível. Nada tema: é olhar para o copo meio cheio. Agora pode usufruir de eventos que acontecem noutras geografias, de norte a sul do país e até ao estrangeiro.

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