O repertório da violinista alemã Isabelle Faust vai de Bach ao nosso tempo e tem vindo a gravar para a Harmonia Mundi quase todas as obras canónicas para violino, quer no domínio do concerto quer no da música de câmara e empregando quer instrumentos de época quer instrumentos modernos. O Concerto para violino de Beethoven, peça central desse cânone, não poderia deixar de merecer a sua atenção – na verdade, já o gravou duas vezes, primeiro com a Filarmónica de Praga e o maestro Jirí Belohlávek (num CD de 2007, distinguido com um Diapason d’Or), e depois com a Orchestra Mozart e o maestro Claudio Abbado (num CD de 2012). Nesta ocasião, os seus parceiros serão a Orquestra Gulbenkian e o maestro emérito da mesma, Lawrence Foster.
A Orquestra Gulbenkian tocará também a Sinfonia Mathis o Pintor (1934), do alemão Paul Hindemith, inspirada no pintor Matthias Grünewald, que seria o assunto de uma ópera homónima que incorpora a música da sinfonia – a ópera, completada em 1935, acabaria por ser proibida pelo regime nazi, que não gostou do tema: a luta de Grünewald pelo direito à liberdade de expressão artística num contexto opressivo.