Um grupo de solistas da Orquestra Gulbenkian – Maria Balbi (violino), Leonor Braga Santos (viola), Varoujan Bartikian (violoncelo), Manuel Rego (piano) e Lorenzo Soulès (piano) – trazem-nos o célebre Quinteto com piano D.667 A Truta, de Schubert, e o Quarteto com piano op.26 de Joly Braga Santos.
Ouvindo uma obra-prima como A Truta, custa a crer que tenha sido composta por um rapaz de 22 anos, para um grupo de músico amadores com quem estaavaa passar umas férias de Verão. É esse contexto que explica, aliás, a sua invulgar instrumentação: a formação usual dos quintetos com piano é piano + dois violinos + viola + violoncelo, mas Schubert prescindiu de um violino e acrescentou um contrabaixo, porque eram estes os instrumentistas disponíveis, uma vez que os seus amigos tinham combinado tocar o Quinteto com piano op.87 (1802) de Johann Nepomuk Hummel, que requer esta precisa combinação de instrumentos. O cognome A Truta resulta de o IV andamento consistir em variações sobre a canção A Truta (Die Forelle), composta por Schubert em 1817.