Os músicos de jazz têm a capacidade de se adaptar instantaneamente aos seus parceiros musicais, conseguindo a proeza de fazer uma reunião ad hoc de gente que nunca se cruzara soar como se fosse uma banda bem rodada. Esta capacidade de “ler” rapidamente o “contexto” e de adequar-se a ele não significa que os grupos de jazz não beneficiem do trabalho de equipa continuado, como comprova o Branford Marsalis Quartet.
O disco de estreia da formação, Royal Garden Blues, surgiu em 1986 e desde então foram lançados mais 15, o último dos quais, The Secret Between the Shadow and the Soul, há apenas duas semanas. A formação já não é a original, mas o pianista Joey Calderazzo e o contrabaixista Eric Revis fazem parte do quarteto há 20 anos e o baterista Justin Faulkner entrou em 2009, experiência que confere ao quarteto uma coesão invulgar.
A carreira do saxofonista Branford Marsalis tem sido variada – foi membro da banda de Sting, foi actor em School Daze, de Spike Lee, para quem também compôs a BSO de Mo’Better Blues, liderou o projecto de hip hop/jazz/R&B Buckshot LeFonque – mas o principal veículo para a sua criatividade tem sido este quarteto superlativo.