Música de cena para The Tempest, de Locke
Estreia: 1674
Peça de Shakespeare: The Tempest
Em 1674, o Duke’s Theatre, sito em Dorset Garden (Londres) e gerido pelo empresário (e actor) Thomas Betterton, repôs a versão (muito livre) de The Tempest por William Davenant e John Dryden, que estreara em 1667, com música de cena providenciada por Pelham Humphrey. A Inglaterra levou muito tempo a aceitar a ópera de modelo italiano cuja voga ia alastrando pela Europa continental, cultivando, em vez dela, um entretenimento híbrido – por vezes denominado de “semi-ópera” ou “masque” – que entremeava os diálogos falados com canções e peças instrumentais (frequentemente da autoria de vários compositores).
Para a reposição de 1674 de The Tempest, o texto sofreu nova adaptação, levada a cabo pelo poeta e dramaturgo Thomas Shadwell e foi encomendada música a Matthew Locke (c.1621-1677), que está hoje muito esquecido, mas que não só foi o mais destacado compositor de música para o palco da geração anterior a Henry Purcell (1659-1695), como produziu também relevantes obras de música sacra e música instrumental para “uso doméstico”. Em 1661 foi nomeado compositor da corte de Carlos II de Inglaterra, cargo a que se somou, pouco depois, a de organista da rainha – a “nossa” Catarina de Bragança.
Em 1690, The Tempest seria reposta numa nova versão, desta feita com música de Henry Purcell.
[“Dance of the Fantastick Spirits”, pela Orquestra Barroca de Filadélfia, em instrumentos de época, com direcção de Gwyn Roberts & Richard Stone, ao vivo em 2014]