João Lourenço Rebelo (1610-65) foi próximo do Duque de Bragança, que viria a reinar como D. João IV, mas nunca ocupou cargos oficiais ligados à capela ducal nem à capela real, ao contrário do irmão, Marco Soares Pereira (?-1655), que ascenderia a mestre deacapela real em 1641. O terramoto de 1755 destruiu quase toda a música composta pelos dois irmãos e se hoje se conhece alguma de João Lourenço Rebelo é através de uma edição, feita em Roma, em 1657, a expensas de D. João IV, e intitulada Psalmi tum Vesperarum, tum Completorii, de que sobreviveu uma única cópia. Além das 33 peças presentes nesta colecção, chegaram aos nossos dias apenas mais 11 peças de Rebelo, num registo onde a tradição polifónica portuguesa se mescla com o estilo policoral que se difundiu a partir da Basília de S. Marcos, em Veneza, a partir da viragem dos séculos XVI-XVII.
A partir das peças sobreviventes de Rebelo, Capella Joanina e Flores de Mvsica reconstruiram um ofício de Vésperas da Beata Virgem Maria, que estreou em 2015 no CCB e regressa agora no ciclo Música em S. Roque.
Igreja de S. Roque, sexta-feira 11, 21.00, 3€.