John Legend

  • Música, Pop
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A Time Out diz

“All of Me”, o megassucesso de 2013, poderá dar origem a alguns equívocos. John Legend é um poderoso cantor de baladas, daquelas que se cantam sonoramente. Algo muito semelhantes a uma Adele de voz (ainda) mais grave. Em abono dessa tese, há no disco mais recente (Darkness and Light, de 2016) uma canção (“Love Me Now”), que mais não é que uma tentativa de aproveitar a embalagem comercial desse sucesso que atirou Legend para a fama. Há até a coisa matreira de incluir umas linhas de piano em tudo idênticas...

Mas Darkness and Light, a começar pelo título, é um álbum bem mais complexo que essa abordagem melosa, revelando um artista que não se deixa engaiolar nessa aproximação simplista. É um disco verdadeiramente de sombras e luz, de amor em tempos de guerra, se quisermos. A canção para a filha (“Right By You”), com ternura tintada de angústia por um futuro tão incerto neste planeta, ou a história de uma mera operação stop na estrada (“How Can I Blame You”), metáfora para a violência policial com motivações racistas. Complexidade que se revela também nas texturas musicais, como no groove de “Penthouse Floor”, a milhas da rotina das baladas bem-comportadas.

Longe vão os tempos em que Legend era um protegido de Kanye West, conforme atestam os muitos Grammys e mesmo o Oscar entretanto amealhados. Face a alguma futilidade reinante, apresenta-se, portanto, um artista adulto, em toda a acepção da palavra.

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