Para esta ocasião, em que dirigirá, a partir do piano, a Mahler Chamber Orchestra em dois concertos de Mozart, o norueguês Leif Ove Andsnes escolheu duas obras-primas que terão sido compostas com escassos dias de intervalo, em Fevereiro de 1785: os concertos n.º 20 K.466 e n.º 21 K.467. O pai de Mozart, Leopold, chegou a Viena, em visita, vindo de Salzburg, a 14 de Fevereiro de 1785, data da estreia do K.466 e relatou, em carta a Nannerl, irmã de Mozart, a apresentação, com Mozart como solista (e maestro, como era uso na época), “de um excelente concerto para piano” – elogio que tem maior valor quando se sabe que Leopold era homem austero e de palavras bem medidas. A composição fora terminada poucas horas antes da estreia e Mozart nem teve tempo de ensaiá-la, pois teve de supervisionar e rever a cópia das partituras para a a orquestra.
Andsnes não terá esta pressão sobre si, já que conhece bem o K.466, que gravou para a EMI (hoje Warner), bem como vários outros concertos de Mozart. O programa inclui outra obra da mesma época: a Sinfonia n.o 83 de Haydn, conhecida como “A Galinha”, publicada em Viena em 1787.
[Leif Ove Andsnes explica a sua abordagem, como pianista e maestro, aos Concertos n.º 17 e 20]