Eis uma invulgar acoplagem de óperas que, estando separadas por apenas 30 anos – Pagliacci, de Leoncavallo, estreou-se em 1892, e Der Zwerg (O Anão), de Zemlinky, em 1922 – pertencem a estéticas diversas – o verismo (Pagliacci) e o expressionismo (O Anão). O libreto da primeira, da autoria do próprio compositor, baseia-se num crime passional que terá envolvido um criado da sua família (embora o escritor Catulle Mendès tenha acusado Leoncavallo de plagiar o seu romance La Femme du Tabarin); o libreto da segunda, da autoria de Georg Klaren, provém do conto O Anversário da Infanta, de Oscar Wilde.
Pagliaci esteve pela última vez no palco do TNSC em 1979 e contará com Peter Auty (Canio), Norah Amsellem (Nedda), Igor Gnidii (Tonio), Carlos Guilherme (Beppe) e Thomas Lehman (Silvio). O Anão, sendo uma ópera bem menos conhecida do que Pagliaci, terá nesta ocasião a sua estreia portuguesa e contará com Sarah-Jane Brandon (Donna Clara), Dora Rodrigues (Ghita), Nuno Pereira (Don Estoban) e Peter Bronder (Der Zwerg). O Coro do TNSC e a Orquestra Sinfónica Portuguesa terão direcção de Martin André, a encenação é de Nicola Raab.