Num inquérito entre maestros realizado pela BBC Music Magazine, a Sinfonia n.º 3 de Mahler foi eleita como uma das “dez maiores sinfonias de todos os tempos”. A palavra “maiores” dizia respeito às qualidades da obra, mas a n.º 3 de Mahler figuraria também numa lista que apurasse as “maiores sinfonias” em extensão: os seus seis andamentos estendem-se por 90-105 minutos, o que faz dela a mais longa de Mahler e de todo o repertório canónico, e o compositor ainda descartou o VII andamento, que usaria como final da Sinfonia n.º 4. A n.º 3 é também grande em termos de efectivos, pois requer uma orquestra reforçada, uma contralto, um coro feminino e um coro de crianças. Este monumento foi composto, essencialmente, durante as férias de Verão de 1896, numa pequena cabana com deslumbrante vista para os Alpes, em Steinbach, a 20 quilómetros de Salzburg.
A estreia, em 1902, com direcção do compositor, teve recepção apoteótica, tendo Mahler que regressar ao palco por 12 vezes para agradecer os aplausos. A leitura por Ekaterina Gubanova (mezzo-soprano), Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa, Coro & Orquestra Gulbenkian e a Orquestra Estágio Gulbenkian, com direcção de Lorenzo Viotti (na foto), merecerá seguramente entusiasmo similar.