Os caminhos do saxofonista Mark Turner e do pianista Ethan Iverson cruzaram-se pela primeira vez em jam sessions em Nova Iorque, na década de 1990, mas só em 2005, no quarteto liderado pelo veterano Billy Hart, é que a sua relação musical começou a aprofundar-se. Após 13 anos no grupo de Hart, a dupla decidiu agendar um encontro a sós, de que dá testemunho o álbum Temporary Kings, lançado em 2018 pela ECM, editora para a qual Turner tem gravado regularmente. Pelo seu lado, Iverson, que enquanto foi pianista no trio The Bad Plus, entre 2000 e 2017, praticamente não gravou na qualidade de líder, também acaba de lançar na ECM o álbum Common Practice.
Alguma crítica tem ouvido em Temporary Kings ecos de pioneiros do cool jazz como os saxofonistas Wayne Marsh e Lee Konitz e o pianista Lennie Tristano (não por acaso, uma das composições de Turner no disco One Is the Other, do quarteto de Billy Hart, tem o título “Lennie Groove”) e a sonoridade do duo tanto seduzirá fãs do jazz clássico como público mais vanguardista.