Missa Paschalis, de Pekiel
No século XVII, como acontecia em boa parte da Europa seiscentista, a direcção da capela real polaca esteve durante boa parte do tempo confiada a músicos italianos. Entre 1628 e 1649, o mestre de capela da corte de Varsóvia foi Marco Scacchi, que teve como assistente o polaco Bartlomiej Pekiel (activo em 1633-c.1670), de quem nada se sabe até ter entrado ao serviço da corte polaca em 1633. Quando Scacchi faleceu, o seu posto passou para as mãos de Pekiel, que se tornou o primeiro polaco a desempenhar tais funções. Em 1655, Pekiel trocou a corte de Varsóvia pela catedral de Cracóvia, onde se tornou mestre de capela em 1657. As obras que compôs em Cracóvia adoptam o stile antico, que prossegue a tradição da polifonia renascentista, enquanto as de Varsóvia seguem o novo estilo “concertato” do barroco (em que os instrumentos dialogam activamente com as vozes), o que pode parecer contraditório em termos cronológicos, mas se explica por a música na catedral de Cracóvia se reger por princípios conservadores.
Não há menções a Pekiel na década de 1660, mas o facto de só em 1670 um novo mestre de capela ter tomado posse em Cracóvia leva a presumir que terá falecido nesse ano.
[“Kyrie” da Missa Paschalis, pelo ensemble Pro Cantione Antiqua, com direcção de James Griffett]