Salomone Rossi (c.1570-1639)
O violinista Salomone Rossi (por vezes grafado como Salamone) é o mais conhecido dos compositores judaicos do barroco. Entre 1587 e 1628 esteve ao serviço, na qualidade de primeiro violino, de uma das mais faustosas cortes italianas, a da família Gonzaga, em Mântua, onde foi colega de Claudio Monteverdi e onde também cantava a sua irmã Europa Rossi (mais conhecida como Madama Europa), a primeira judia que abraçou uma carreira de cantora profissional de que há notícia.
O vínculo de Salomone Rossi a Mântua fez com que fosse conhecido como “Il Mantovano Ebreo” e o seu prestígio como músico levou a que fosse dispensado de usar a marca amarela que identificava os restantes judeus da cidade. As circunstâncias da sua morte não são conhecidas, mas é possível que tenha perecido quando as tropas imperiais austríacas saquearam Mântua e destruíram o seu gueto.
Além de obras em italiano (madrigais e canzonette) e música instrumental (em que se mostrou muito inovador), Rossi compôs numerosas obras litúrgicas em hebraico, nomeadamente as da colecção Ha-Shirim Asher li-Shlomo (1622), ou seja, “As Canções de Salomão”, no sentido de serem da autoria de Salomone, não no de empregarem textos do Cântico dos Cânticos).
[“Adon Olan”, por The Boston Camerata, dirigida por Joel Cohen (Harmonia Mundi)]