Liszt: Les Jeaux d’Eaux de la Villa d’Este (1877)
A peça faz parte do III Ano (Itália) da colecção Anos de Peregrinação (Années de Pèlerinage), publicada em 1883. Franz Liszt (1811-1886) foi o artista mais cosmopolita do seu tempo: fez tournées por toda a Europa (esteve em Lisboa em Janeiro-Fevereiro de 1845) e viveu vários anos em Paris, na Suíça e em Itália, antes de se estabelecer em Weimar e, a partir de 1876, em Budapeste. Seria nesta última cidade que comporia o III caderno dos Anos de Peregrinação, inspirado nas memórias da sua estadia em Itália.
A Villa d’Este, em Tivoli, perto de Roma, é afamada pelo seu jardim renascentista, com numerosas fontes, cascatas e grutas e é este mundo de jorros, salpicos, ondulações e cintilações que a peça de Liszt reproduz, num registo que prefigura o impressionismo de Debussy e Ravel.
[Por Claudio Arrau]