Max Emanuel Cencic
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Os melhores discos de música clássica de 2018

Ao longo dos últimos 12 meses, ouvimos muita e boa música. Estes foram os melhores discos de música clássica de 2018

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A ópera barroca é um universo que só há pouco começou a ser explorado e que ainda tem imensos tesouros para revelar. Este ano há duas excepcionais selecções de árias de dois mestres consagrados – Handel e Vivaldi – em interpretações tão frescas e vivas que se diria que a música foi composta na véspera e não há quase 300 anos, e iniciou-se a prospecção das cerca de 40 óperas de Porpora, filão que levará anos a explorar.

Mas 2018 foi também o ano em que chegou ao disco uma inquietante ópera estreada em 2005, da autoria de um dos mais notáveis compositores de ópera vivos e que termina com o clarão deslumbrante que marca a entrada da Humanidade na era nuclear, e o ano do centenário da morte de Debussy, assinalado com novas gravações de alto coturno.

Feitas as contas, estes foram os melhores discos de música clássica de 2018.

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Os melhores discos de música clássica de 2018

Adams

Obra: Doctor Atomic (Nonesuch/Warner)

Para quem julgue que a ópera só se ocupa de futilidades, eis uma ópera sobre o início da era atómica: estamos em Julho de 1945 em Los Alamos e vai ser detonado o primeiro engenho nuclear. Estreia em CD.

[“Batter My Heart”, por Gerald Finley e Orquestra Sinfónica da BBC, com direcção de John Adams]

Debussy

Obra: La Mer, Images (Erato/Warner)

Em ano de centenário da morte de Debussy, a Orchestre National de France, dirigida por Emmanuel Krivine, traz-nos duas das suas mais esplendorosas obras orquestrais.

[II andamento (Jeux de vagues), de La Mer]

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Debussy + Satie

Obra: Préludes I, etc. (Warner)

O ano foi fértil em novas gravações de peças para piano de Debussy, mas este CD de Fazil Say que une o I livro dos Préludes às Gnossiennes e Gymnopédies de Satie é especial.

[“Danseuses de Delphes”, de Debussy]

Handel

Obra: Arias (Deutsche Grammophon/Universal)

Handel foi o primeiro compositor de ópera barroca a ser resgatado ao olvido, mas nem por isso deixam de continuar a surgir discos reveladores, como este do contratenor Franco Fagioli com Il Pomo d’Oro.

[”Agitato da Fiere Tempeste”, da ópera Riccardo Primo]

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Porpora

Obra: Germanico in Germania (Decca/Universal)

Se o disco de Porpora acima mencionado funciona como menu de degustação, este é um prato substancial: uma ópera de três horas com um elenco vocal de luxo – Cencic, Lezhneva, Sancho – e a Capella Cracoviensis.

[“Qual Turbine”, por Max Emmanuel Cencic e Capella Cracoviensis, com direcção de Jan Tomasz Adamus]

Porpora

Obra: Opera Arias (Decca/Universal)

2018 foi o ano da redescoberta de Nicola Porpora (1686-1768) e este CD de árias de uma dúzia de óperas suas (boa parte delas arejadas pela primeira vez em 250 anos), pelo contratenor Max Emanuel Cencic e a Armonia Atenea, mostra quão injusto é o esquecimento a que foi votado.

[“Quando s’Oscura il Cielo”, da ópera Carlo il Calvo]

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Rebel + Telemann

Obra: Terpsichore (Alia Vox/Megamúsica)

Jordi Savall vira-se para a música de dança – mas não há razão para alarme, pois a música é de Rebel e Telemann e Le Concert des Nations não precisa de turntables e samplers para gerar groove, exuberância e colorido.

[VII andamento (Gigue) de La Terpsichore, de Jean-Féry Rebel]

Shostakovich

Obra: Sinfonias n.º 4 & 11 (Deutsche Grammophon/Universal)

A gravação integral, em curso, das sinfonias de Shostakovich por Andris Nelsons à frente da Sinfónica de Boston tem neste volume o seu ponto mais alto até à data.

[II andamento (Presto) da SInfonia n.º 4]

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Vivaldi

Obra: Árias de ópera (Decca/Universal)

20 anos depois do faiscante The Vivaldi Album, que revelou ao mundo o génio operático de Vivaldi, Cecilia Bartoli está de regresso ao repertório do “prete rosso”, agora com o Ensemble Matheus.

[“Ah, Fuggi rapido”, da ópera Orlando Furioso, com Cecilia Bartoli e o Ensemble Matheus e direcção de Jean-Christophe Spinosi]

Vivaldi

Obra: Sonatas para violoncelo (Harmonia Mundi)

Apesar de a música de câmara de Vivaldi não ter merecido tanta atenção quanto os seus concertos, não faltam gravações recomendáveis das sonatas para violoncelo de Vivaldi – esta, por Jean-Guihen Queyras, vai para o topo das preferências.

[Apresentação do álbum]

Best of 2018

  • Compras

365 dias, tantas lojas. Neste ano que passou abriram dezenas de espaços em Lisboa, e a nós coube-nos avaliar as melhores portas por onde entrámos e onde vamos querer continuar a entrar para perder a cabeça e abrir a carteira. Vieram para animar os nossos armários, darem uma lufada de ar fresco às nossas casas. Plantas, loiças, mobília, óculos e roupa – a escolha é variada para não limitar gostos. Dizemos-lhe como param as modas e o que nos fez abrir os cordões à bolsa nestas seis moradas que, para nós, são as lojas do ano de 2018. Agora, descubra-as.

  • Filmes

É bom fazer balanços. Olhar para trás e pensar no melhor e no pior seja do que for. Neste caso, do que vimos no cinema. Houve filmes maus, assim-assim, bons e muitos bons. E, entre estes últimos, destacaram-se estes dez, de diferentes géneros e proveniências. Dos melhores filmes de 2018, metade são americanos – de 15.17 Destino Paris, de Clint Eastwood, a Fahrenheit 11/9, de Michael Moore, passando por Linha Fantasma, de Paul Thomas Anderson – e o resto veio da Europa – como Guerra Fria, de Pawel Pawlikowski, ou Frantz, de François Ozon – e da Ásia – por exemplo, O Lamento, de Nia Hong-jin. 

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  • Filmes

Ao longo dos últimos 12 meses, não se estrearam nem se fizeram em Portugal tantos filmes memoráveis como em 2017 – não houve nada que fosse comparável a Fátima, de João Canijo, São Jorge, de Marco Martins, ou Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, todos do ano passado. Todavia houve uns quantos filmes que se distinguiram na ficção e no documentário. Casos de Colo, de Teresa Villaverde, Ramiro, de Manuel Mozo e Ruth, de António Pinhão Botelho, ou ainda O Espectador Espantado, de Edgar Pêra, e O Labirinto da Saudade, de Miguel Gonçalves Mendes. 

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