Mala feita? Então vá, e não se esqueça de ordenar, com jeitinho, as canções que quer ouvir no caminho para o seu destino neste fim-de-semana prolongado. Propomos-lhe 10
É uma playlist traiçoeira, certamente. Por mais que lhe estejamos aqui a indicar os nossos gostos para ouvir de janela aberta, em viagem, cada um ouve o que quer. A proposta que lhe fazemos é que faça disto uma coisa temática, sempre com ligações a viagens ou férias. De Kurt Vile a Jay-Z, vale tudo. Bom descanso.
Os Hockey Dad são sempre uma boa escolha para viagem. A banda de pop-rock-surf soa a maresia e a jogos de raquetes daqueles em que acabamos em modo croquete, a comer areia. Do seu disco de estreia Boronia (2016) sugerimos este “So Tired” porque se há verdade máxima na hora de ir de viagem é o cansaço. Vamos porque estamos cansados desta vida rotineira. Com os Hockey Dad a ideia é que, chegados ao destino, essa canseira se esqueça.
Sacado de Mau da Fita (2015), disco de estreia de Vilão, rapper da ASTROrecords, temos “Astrolábia”, com a participação de Mike El Nite. Tema de início de Verão, com um instrumental light, espécie de salada na praia, ou, como o teledisco indica, carro em frente pela nacional até nenhures. Se a sua viagem, ao invés, for náutica, guie-se por esta “Astrolábia”. Nunca perderá as reais coordenadas.
Para algumas pessoas da Time Out Lisboa, este Flying Microtonal Banana, editado em Fevereiro pelos King Gizzard & The Lizard Wizard, faz lembrar música da Arménia. A trupe australiana, que avisou que este é apenas o primeiro de cinco discos que querem editar em 2017, é certamente dona de uma sonoridade viajante. Escolhemos a faixa-título porque é a canção perfeita para encantar serpentes, uma actividade que sempre calha bem num fim-de-semana prolongado.
De b’lieve i’m goin down, sexto disco de Kurt Vile, pedimos-lhe que abra a janela e coloque os pés para fora na hora em que esta cantiga passar no auto-rádio. A herança americana do músico de Filadélfia vai bem em qualquer viagem e esta “Pretty Pimpin’” é mais um desses casos. Cordas que ainda que apelem a uns dias no bem bom são bem mais de interior ou de que de litoral. Assim é Kurt Vile, homem virtuoso que devemos sempre ter connosco nestas ocasiões.
“I left drinking on the city train / To spend some time on the road”. Eis as primeiras palavras da letra desta “No Woman”, do disco de estreia dos Whitney: Light Upon the Lake. Coisa que soa a viagem de rapazes, onde grande parte do tempo é passado entre brincadeiras parvas, algo que neste caso parece querer combater a ausência feminina. Não sabemos se é o seu caso, mas os Whitney, seja lá qual for o seu programa, são sempre boa companhia.
A folk de Kevin Morby, ex-baixista dos Woods, é um bilhete automático de ida. Ao som desta “I Have Been to the Mountain”, tirada de Singing Saw, terceiro LP, vamos onde quisermos, seja de mochila às costas e tenda de campismo, seja num carro de luxo para um hotel de sete estrelas. Preferimos que vá pela primeira, tendo em conta que neste caso se fala de montanha e de trilhos vertiginosos. Mas, mais uma vez, isto são apenas conselhos.
Aqui não há dúvidas. Vamos com Kaytranda (em colaboração com Karriem Riggins e River Tiber) num assento de um qualquer expresso por esse país fora. Ou quiçá além fronteiras. É que este canadiano chegou-se à frente, para junto dos melhores produtores mundiais, com este 99,9%, editado em Maio de 2016. Uma viagem calma, relaxante, a pedir cama de rede mal metamos o pé fora do autocarro.
Estas férias, com o cunho dos míticos A Tribe Called Quest, são um pouco diferentes. Aconteceram porque os seus progenitores os deixaram sozinhos em casa e foram fazer um cruzeiro, como quem diz “patrão fora, dia santo na loja”. Não podemos garantir que esta turma de Queens foi mesmo a El Segundo, uma cidade em Los Angeles, e lá deixou a carteira. O que lhe queremos dizer (sem ser demasiado explícitos) é para considerar dar uma festa lá em casa para os amigos este fim-de-semana grande. Não se esqueça de pedir ajuda para limpar tudo no final.
Dois em um. Primeiro porque Will Toledo, líder desta banda, começou por fazer canções no banco de trás do seu carro, que funcionava como estúdio improvisado, onde ninguém o podia escutar. Depois porque este tema de Teens of Denial, dos grandes discos do ano transacto, fala sobre uma viagem que parece interminável. Serve de mote para lhe fazermos um pedido sem qualquer ironia: se vai conduzir não beba.
É claro que nem todos podemos ser Jay-Z. Nem todos podemos ter barcos do tamanho que se observa no teledisco para levar amigos e amigos de amigos por esses oceanos fora. Mas tudo se resolve. Como? Resposta óbvia: carregue play nesta “Big Pimpin’” (feat. UGK). E já que estamos na última faixa desta playlist de fim-de-semana prolongado quisemos dar-lhe uma proposta mais festiva. Pode bem fazer uma pausa no descanso e exagerar na loucura. Desde que reserve tempo para recuperar energias.
A Primavera pede por escapadinhas de Lisboa e o que não falta de norte a sul do país são turismos rurais e gamplings a pedir uma pausa da cidade. Alentejo, Algarve, Douro ou Minho – difícil vai ser escolher onde quer fazer check-in.
E porque nem só da vinha e do vinho vive um homem, alargue horizontes com um passeio de balão ao pôr-do-sol, uma caminhada, ou um mergulho numa piscina salgada. Estes são os melhores enoturismos para uma escapadinha de Lisboa.
Gostamos muito de Lisboa, mas sabemos que uma escapadinha longe da cidade só faz bem. A caixa Dois por Um Deluxe: 10 grandes hotéis de Portugal junta uma dezena de hotéis de charme, de norte a sul do país, para quem procura umas miniférias inesquecíveis. De Sintra ao Douro, na Costa Alentejana ou no Norte interior, vale a pena percorrer Portugal à boleia da Time Out – e a preço de saldo.
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