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Rock in Rio Lisboa, um festival com chefs cabeças de cartaz

O Rock in Rio está de volta e nem só de música se faz a festa. Também vamos querer passar muito tempo no Chef’s Garden, onde Justa Nobre, Miguel Castro e Silva, Noélia Jerónimo e Vítor Sobral estarão a cozinhar.

Cláudia Lima Carvalho
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Muse, The National, Black Eyed Peas, Ivete Sangalo, Duran Duran, Post Malone e Anitta são os cabeças de cartaz do festival que acontece no Parque da Bela Vista nos próximos dois fins-de-semana, mas para lá do grande palco há muita coisa a acontecer. Sempre foi assim o Rock in Rio, um festival de música que não se quer ficar por aí. Entre a parafernália que ocupa cada um dos quatro dias, há uma nova zona que quer marcar pela diferença, o Continente Chef’s Garden. Longe vão os tempos em que comer nos festivais não se diferenciava. No NOS Primavera Sound, que aconteceu no último fim-de-semana no Porto, além de alguns restaurantes icónicos da cidade, houve, pela primeira vez, um restaurante de alta cozinha com Vasco Coelho Santos (Euskalduna Studio e Semea) e Maurício Ghiglione (Belos Aires) ao leme. No Rock In Rio, não só haverá chefs a cozinhar, como estes terão também direito a um palco, cuja curadoria foi entregue a Ljubomir Stanisic. O chef do estrelado 100 Maneiras não vai estar a cozinhar, até porque terá várias conversas para moderar no Chef’s Stage, onde também se esperam concertos e DJ sets. Já de volta dos pratos estarão quatro chefs muito respeitados por cá: Justa Nobre, Miguel Castro e Silva, Noélia Jerónimo e Vítor Sobral. A cada um, a organização do festival, que quer seguir um caminho mais sustentável, lançou um simples desafio: criar pratos inspirados nos principais ecossistemas de Portugal (agricultura e pecuária, florestas, mar e rios).

Miguel Castro e Silva

Os pratos 
Ensopado de legumes e grão com lúcio
Sandes de peixe do rio com legumes 

Como é que se compete com a comida habitual dos festivais?
Não se trata de competir. Nós vamos apresentar comida de qualidade preparada com produtos de qualidade e esperamos que o cliente tenha essa consciência. 

O Rock in Rio dar palco à cozinha é a prova de que os chefs são as novas rock stars?
Não me identifico como rock star, mas acho que podemos ter um papel positivo na forma das pessoas olharem a alimentação. 

Se a sua cozinha fosse um género musical, qual é que seria? 
Claramente jazz. Não só é a música com a qual mais me identifico, como também toco. Valorizo a criatividade.

Justa Nobre

Os pratos
Sopa fria de beterraba
Sanduíche de peru com pesto de manjerico, tremoços e vegetais
Leite-creme de abóbora com frutos do bosque

O processo criativo é diferente quando se trata de criar pratos para um festival de música? 
Não diria diferente. Ao criar pratos tenho sempre em conta a ocasião. O Rock in Rio, sendo um festival de música em pleno Verão, teria de ter algo fresco e principalmente fácil de comer em pé (que não obrigue a garfo e faca). 

Pode um prato ser sustentável num festival de massas?
Sim. A ideia é incentivar as pessoas a darem especial atenção aos alimentos, de onde provêm, a sua origem... Ter sempre presentes muitos legumes faz com que os pratos sejam sustentáveis. No meu menu, estão em todos os pratos.

Como é que se compete com a comida habitual dos festivais? 
As pessoas hoje em dia procuram inovação, pratos que fujam do habitual. Sou apologista que tem de haver oferta para todos os gostos. 

Fora da cozinha, há algum concerto que queira ver? 
Vou querer ir assistindo a todos, sempre que me for permitido. Duran Duran, Ivete Sangalo e Xutos e Pontapés gostava de não perder.

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Vítor Sobral

Os pratos
Hambúrguer de vitela arouquesa com cebola caramelizada, tomate, rúcula e queijo da Ilha de São Jorge
Mousse de chocolate de melgão com morangos confitados, flor de sal e açafrão dos Açores

Qual foi a ideia para os pratos?
Houve um cuidado em criar pratos consensuais e de nível familiar que representam o imaginário do “fast food”, mas feitos de forma tradicional. Por incrível que pareça é possível fazer hambúrguer com carne e ketchup com tomate e framboesa. 

Como é que se compete com a comida habitual dos festivais? 
Como cozinheiro, para mim, cozinhar é algo feito com critério e com todos os cuidados que devemos ter com a saúde pública. Alimentar por alimentar é outro tema. Não se compete, é uma escolha do consumidor.

Se a sua cozinha fosse um género musical, qual é que seria?
Como latino e lusófono que sou, sem dúvida que as minhas referências não se podiam desviar das minhas raízes culturais. Entre os géneros musicais, considero a minha cozinha  bossa nova, fado contemporâneo e música popular portuguesa e brasileira no geral, sem nunca esquecer a música dos demais países lusófonos. 

Fora da cozinha, há algum concerto que queira ver? 
Ivete Sangalo pela sonoridade e energia e Xutos e Pontapés pelo tributo à música portuguesa. Sempre que os ouço, regresso à adolescência.

Noélia Jerónimo

Os pratos
Tosta de cavala
Wrap de polvo 

Qual foi a inspiração para os pratos?
A minha inspiração vem das pessoas que gostam de street food, do produto, mas o mar será sempre a minha maior fonte de inspiração.

Como é que se compete com a comida habitual dos festivais?
Não encaro como uma competição, mas sim como uma partilha de momentos, emoções, carregada de sabor e alma.

O Rock in Rio dar palco à cozinha é a prova de que os chefs são as novas rock stars?
Não falo pelos outros chefs, só por mim. Eu não sou nenhuma rock star, apenas alguém que quer aproveitar este momento que a vida me está a proporcionar.

Se a sua cozinha fosse um género musical, qual é que seria e porquê?
Sem dúvida, romântico.

Verão 2022

  • Música

É desta. O mundo pode até nem estar na melhor forma, mas consola-nos que 2022 traga de volta a liberdade de ouvir música ao ar livre, de dançar sem restrições, de cantar sem um pano nas ventas. A espera foi longa, e muita gente segura um bilhete há mais de dois anos, mas ainda há lugares. A pensar nisso, resumimos as paragens obrigatórias no circuito de festivais de Verão.

Não há frio que assuste nem calor que nos demova. A esplanada ainda é, na maior parte das vezes, o melhor lugar para se estar, independentemente do plano. Seja na hora do lanche, seja para beber um copo com amigos ou para uma refeição completa, sabe tão bem ficar na rua. E o que não faltam em Lisboa são boas esplanadas – muito também por causa da pandemia, são cada vez mais e melhores as opções. 

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