La Gazza Ladra (1817) tem no seu centro uma acusação injusta: uma infeliz conjugação de eventos faz com que Ninetta, criada da família Vingradito, seja a principal suspeita do desaparecimento de talheres do faqueiro de prata da casa. Ninetta, que está apaixonada por Giannetto, o filho dos patrões, tem de enfrentar os avanços do Podesta (uma mistura de presidente da câmara e chefe de polícia), que lhe oferece a absolvição e a libertação em troca dos seus favores amorosos. Ninetta recusa e Quando está prestes a ser executada a sentença de morte (uma pena desproporcionada para o crime em questão), descobre-se que o autor dos furtos é uma pega (“gazza”, em italiano).
La Gazza Ladra tem a peculiaridade de a sua abertura se ter tornado muito mais conhecida do que a ópera em si mesma, que, não está entre as mais representadas de Rossini, pelo que esta é uma ocasião relativamente rara para a ver ao vivo (ainda que seja, nesta ocasião, apresentada, bizarramente, em versão de concerto).
Intérpretes: Sofia Mchedlishvili (Ninetta), Mirco Palazzi (Il Podesta), Orquestra Sinfónica Portuguesa, direcção de Sesto Quatrini.
[“Di Piacer Mi Balza il Cor”, pela soprano María Bayo e o ensemble Concerto Italiano (em instrumentos de época), com direcção de Rinaldo Alessandrini]