Death Cab For Cutie

Sete canções indie para a rentrée

Até no Verão há quem continue a trabalhar para providenciar novas canções à população. Eis algumas novidades

Publicidade

Enquanto o estimado leitor se entregou indulgentemente aos prazeres da época estival, houve quem continuasse a trabalhar afanosamente para providenciar nova música à população global. Eis algumas novidades para o fim de Verão e princípio de Outono. Desde o regresso de uma banda com quase 40 anos de existência, neste caso os neo-zelandeses The Chills, a obras de gente na casa dos vinte e poucos anos, passando pelo primeiro álbum dos norte-americanos Death Cab For Cutie após a saída de um dos seus elementos fundamentais, o produtor e multi-instrumentista Chris Walla.

Recomendado: Concertos em Lisboa em Setembro

Sete canções indie para a rentrée

“Northern Lights”, dos Death Cab For Cutie

Álbum: Thank You For Today

O nono álbum dos Death Cab For Cutie surgiu a 17 de Agosto, e é o primeiro disco dos americanos sem Chris Walla, um dos elementos centrais da banda desde o primeiro álbum, Something About Airplanes, há 20 anos, que deu lugar nas guitarras e teclados aos novos recrutas Dave Depper e Zac Rae. Os Death Cab For Cutie continuam a inflexão em direcção a um som mais electrónico audível em Codes & Keys (2011) e Kintsugi (2015), mas “Northern Lights” mantém-se próximo do registo anterior da banda, ao mesmo tempo que remete para os melhores momentos de The Cure e New Order; inclui a participação nos coros de Lauren Mayberry, dos Chvrches.

“Nobody’s Watching”, de Steady Holiday

Álbum: Nobody’s Watching

Os Steady Holiday movem-se na área da dream-pop e o seu nome promete dias de ócio e despreocupação, mas não tinham ainda produzido nada tão luminoso e desanuviado como a canção “Nobody’s Watching”, perfeita para servir de banda sonora ao Verão (o álbum só sai a 8 de Outubro, quando o Outono já leva duas semanas, e até lá recomenda-se o uso intensivo desta canção). Os Steady Holiday são, basicamente, a angelina Dre Babinsky e este não é, ao contrário do que é anunciado sob o videoclip, o seu álbum de estreia: antes já houve o álbum Under the Influence (2016) e o EP Terror (2018).

Publicidade

“Blue Vapor”, de Marissa Nadler

Álbum: For My Crimes

O oitavo álbum de originais de Nadler (há mais oito álbuns auto-editados, consagrados a demos e covers) sai a 28 de Setembro e esta é uma das canções já divulgadas, uma pérola gótica, fantasmagórica, sinistra e fatalista, sobre um amor impossível, a que corresponde um videoclip muito lynchiano. Quem disse que não é possível fundir folk e doom metal?

“Caves”, de Gregory Alan Isakov

Álbum: Evening Machines

O sétimo álbum deste sul-africano criado na Pennsylvania sai a 5 Outubro. É possível que a experiência do disco anterior, Gregory Alan Isakov with the Colorado Symphony (2016), tenha inspirado a sonoridade densa e a atmosfera épica de “Caves”, uma dos mais arrebatadoras canções deste songwriter: “Será que ouvi alguma coisa partir-se?/ Era o teu coração ou o meu?/ É como quando a terra treme/ E o silêncio que se segue”.

Publicidade

“Darkhorse”, de Emma Ruth Rundle

Álbum: On Dark Horses

A actividade da angelina Emma Ruth Rundle passou pelos Nocturnes e pelos Red Sparowes e, mais recentemente, pelos Marriages e por um disco a meias com Jaye Jayle, ao mesmo tempo que desde 2011 lança discos em nome próprio, sendo On Dark Horses o quarto (não contando com o que lançou sob o extravagante nome de Headless Prince of Zolpidem). O novo disco sai a 14 de Setembro e, a julgar por “Darkhorse”, não deixa a região sombria por onde Rundle costuma andar: “Corre, irmãzinha, corre depressa/ Ele está a ganhar-te terreno/ Toma fôlego e fá-lo durar/ O horizonte de água negra”.

“Pink”, das Mothers

Álbum: Render Another Ugly Method

A 7 de Setembro sai o sucessor de When You Walk a Long Distance You Are Tired. (2016), o álbum de estreia das Mothers, uma banda de Athens, Geórgia, liderada por Kristine Leschper, que começou por fazer demos só com voz e guitarra acústica, antes de encontrar parceiros para criar um som mais robusto. Este ganhou ainda mais solidez e densidade na canção “Pink”, que anuncia o novo álbum, e que nada tem de cor-de-rosa. É aliás bem negra, fazendo lembrar, na sua cavalgada obsessiva e minimal de sete minutos, a clássica “Third Uncle”, de Taking Tiger Mountain (By Strategy) (1974), de Brian Eno, uma canção nitidamente à frente do seu tempo, que foi objecto de uma cover memorável pelos Bauhaus. O videoclip acompanha o minimalismo e o negrume da música e poderia ter sido obra de (mais uma vez) David Lynch (não é, foi realizado por Jake Lazovick & Richard Phillip Smith).

Publicidade

“Complex”, de The Chills

Álbum: Snow Bound

The Chills andam na música desde 1980, com algumas intermitências. O facto de serem de Dunedin, na Nova Zelândia, o facto de terem passado por várias encarnações (esta é a quarta, activa desde 1999) e a irregularidade da sua produção discográfica (Silver Bullets, de 2015, foi o seu primeiro álbum de originais em 19 anos) ajuda a explicar a sua pouca visibilidade. A banda tem consistido no vocalista e guitarrista Martin Phillips e um leque variável de músicos. “Complex” anuncia Snow Bound (o sexto álbum de originais na carreira da banda), que sai a 14 de Setembro.

Mais música

  • Música
O mar tem sido uma inesgotável fonte de inspiração para artistas de todas as épocas e áreas. Agora que o calor parece finalmente ter vindo para ficar, convidando-nos a aproximarmo-nos da praia, eis sete canções pop que combinam com o rumor das ondas. De The Velvet Underground a Roxy Music ou Dead Can Dance, damo-lhe canções com vista para o mar.  Recomendado: O melhor do Verão em Lisboa - descobrir o Verão na cidade  
  • Música
Poluição, especulação imobiliária, gentrificação, engarrafamentos, violência e desigualdades sociais podem ser assuntos mais estimulantes para compor canções do que a beleza radiosa de um amanhecer nos campos. Ben Gibbard, dos Death Cab For Cutie, lamenta que a especulação imobiliária esteja a desfigurar o seu bairro em Seattle. Ian Curtis sente-se prisioneiro de uma Manchester decadente e mergulhada em sombras. Lou Reed contrasta o glamour e a sordidez de Nova Iorque. Tom Waits evoca uma parte de Minneapolis onde "todos os donuts têm nomes que soam como prostitutas". E David Byrne anda à procura de uma cidade perfeita onde instalar-se. Recomendado: Dez canções com cheiro a maresia
Publicidade
  • Música
O lançamento pela URSS do primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, em Outubro de 1957, deixou os EUA alarmados com os avanços soviéticos no domínio aeroespacial e desencadeou uma corrida ao espaço. A URSS voltaria a averbar feitos de grande impacto mediático: em Novembro de 1957, a cadela Laika, a bordo do Sputnik 2, foi o primeiro animal a orbitar a Terra e em Abril de 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin, a bordo da cápsula Vostok, foi o primeiro ser humano a fazê-lo. A NASA esforçou-se arduamente por restabelecer a primazia norte-americana, com o programa Apollo, que teve início em 1961 e culminou com as missões que colocaram astronautas sobre a Lua, entre 1969 e 1972. Acompanhando o acréscimo do interesse público por assuntos espaciais, as influências psicadélicas – alimentadas pelo consumo de drogas alucinogénicas – foram tomando conta do pop-rock na segunda metade dos anos 60, chegando mesmo a cunhar-se a expressão space rock para designar a música de vocação mais sideral. Recomendado: 10 canções para ouvir ao luar
Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade