Abertura Espanhola n.º 2, de Glinka
Ano: 1851
Nacionalidade do compositor: Russa
Pode parecer paradoxal que Mikhail Glinka (1804-1857), o “pai” da escola nacional russa, tenha composto várias obras de inspiração espanhola, mas, na verdade, Glinka teve uma experiência de vida muito cosmopolita, que começou, em 1830, com uma longa estadia em Itália (por razões de saúde) e demoradas visitas à Alemanha, Áustria e Suíça no caminho de ida e regresso, só regressando à Rússia em 1834, quando teve notícia da morte do pai. Após a fria recepção dispensada na Rússia à sua ópera Ruslan e Lyudmila (1842), fez longas viagens por França e Espanha – onde viveu entre 1845 e 1847 e se apaixonou pelo folclore local – e apenas regressou intermitentemente ao seu país natal, acabando por falecer em Berlim.
A experiência espanhola inspirou-lhe quatro obras orquestrais: Recuerdos de Castilla (1848), duas Aberturas Espanholas, a n.º1 (1845) com o título Capriccio Brillante sobre a Jota Aragonesa, a n.º 2 (1851) com o título Recordação de uma Noite de Verão em Madrid, e a Polonaise sobre um Bolero Espanhol (1855).
[Pela Orquestra Sinfónica da URSS, com direcção de Evgeny Svetlanov, num registo lançado em 1969]