Na velha polémica entre tradição e inovação que por vezes divide o jazz, o San Francisco Jazz Collective não toma partido: todos os anos renova o seu repertório com uma selecção de composições de um mestre consagrado, emparelhadas com novas peças encomendadas a jazzmen do nosso tempo. O mestre consagrado neste concerto lisboeta é Miles Davis, um assunto que tem pano para mangas, pois entre The Birth of the Cool (1949- 50), disco fundador do cool jazz, e Doo-Bop (1992), influenciado pelo hip-hop, passando pela tórrida fusão jazz-rock-funk de Bitches Brew (1970), o trompetista esteve sempre na linha da frente do jazz e protagonizou várias rupturas estéticas decisivas.
O SFJazz Collective não tem formação fixa e muitos foram os músicos de alto gabarito que por ele passaram desde a fundação, em 2004 – nomeadamente Joe Lovano, Dave Douglas e Joshua Redman. A presente encarnação conta com Sean Jones (trompete), Robin Eubanks (trombone), Miguel Zénon e David Sánchez (saxofones), Warren Wolf (vibrafone), Edward Simon (piano), Matt Penman (contrabaixo) e Obed Calvaire (bateria).