Bach
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Bach 333: The New Complete Edition (Deutsche Grammophon/Universal)
Nº de discos: 222 CDs + 1 DVD
No que toca a volume das caixas antológicas, o recorde continua a estar nas mãos de Herbert von Karajan: Complete Recordings on Deutsche Grammophon (2017), com um total de 365 discos (entre CDs e DVDs), e não é previsível que seja batido tão cedo.
Nas caixas dedicadas a um único compositor, a caixa Mozart 225, surgida em 2016 e albergando 200 CDs, era a maior, mas teve de ceder a primazia à nova Bach 333, que assinala a passagem de 333 anos sobre o nascimento de Johann Sebastian Bach, e supera a concorrência por larga margem: são 222 CDs e poderiam ser muitos mais não fossem tantas obras deste prolífico e genial compositor terem sido perdidas (é possível que as cerca de 200 cantatas sacras que sobreviveram representam apenas 3/5 da sua produção).
São 280 horas de música, entre as quais se contam 10 horas de novas gravações realizadas expressamente para este formidável empreendimento (e anuncia-se que sete obras são estreias mundiais). Apesar de possuir um precioso espólio de gravações de Bach, a Deutsche Grammophon não poderia aspirar a construir uma integral sozinha, pelo que a caixa inclui registos de um total de 32 editoras (a maior parte delas da editora-irmã, a Decca e das suas sub-etiquetas, como a L’Oiseau-Lyre).
A edição foi preparada em colaboração com o Arquivo Bach de Leipzig, presidido pelo maestro e musicólogo John Eliot Gardiner, uma das maiores autoridades mundiais no assunto.
[John Eliot Gardiner apresenta Bach 333]
Os CDs são complementados por um DVD com o documentário Bach: A Passionate Life, concebido e narrado por Gardiner, por seis livros (um por cada sub-caixa temática) com índice de faixas e textos cantados, um livrete com o índice do catálogo BWV e dois livros de capa dura – uma biografia ilustrada, da autoria de Dorothea Schröder, e um guia de audição, da autoria de Christoph Wolff, a única pessoa do mundo que sabe tanto sobre Bach como Gardiner.
A parte mais substancial da caixa está ocupada com música sacra, cuja interpretação é assegurada, na sua maior fatia, por John Eliot Gardiner e Masaaki Suzuki, mas também tem lugar para maestros bachianos não menos reputados, como Nikolaus Harnoncourt, Philippe Herreweghe, Ton Koopman, Sigiswald Kuijken e Gustav Leonhardt. Outros especialistas em música antiga representados na caixa são Rinaldo Alessandrini, Frans Brüggen, Christophe Coin, Reinhard Goebel, Paul McCreesh, Trevor Pinnock e Christophe Rousset.
[“Quoniam Tu Solus”, do Gloria da Missa em si menor, com direcção de John Eliot Gardiner (Archiv)]
Mas como também há quem aprecie Bach sem ser em instrumentos de época, a caixa oferece, em paralelo, interpretações alternativas por nomes tão afamados como Claudio Abbado, Martha Argerich, Pablo Casals, Pierre Fournier, Glenn Gould, Anne-Sophie Mutter ou Karl Richter. Ou seja, para além da música de Bach, a caixa oferece também uma panorâmica generosa sobre a evolução da interpretação da música de Bach ao longo do tempo. Encontrará mais detalhes sobre este empreendimento no website Bach 333. Já agora, tenha em atenção que terá de arranjar lugar nas suas prateleiras para um caixote de 13.5 Kg.