Se a Messa per Rossini se tivesse estreado a 13 de Novembro de 1869, no primeiro aniversário da morte do homenageado, talvez Verdi não tivesse chegado a compor o seu famoso Requiem. Mas a missa colectiva, reunindo contributos de 13 compositores, em memória de Rossini, não chegou a ser ouvida, por desinteresse do maestro Angelo Mariani, que a deveria dirigir, e do empresário à frente do Teatro Comunale de Bolonha, que se comprometera a obter os cantores e músicos necessários. Verdi ficou frustrado, irritado e com um “Libera Me” – o seu contributo para a missa – sem préstimo. E quando, quatro anos depois, faleceu outra figura magna da cultura italiana, Alessandro Manzoni, Verdi limpou o pó ao “Libera Me” e usou-o como ponto de partida para um Requiem em memória do escritor que considerava ser “a mais pura, a mais sagrada, a mais elevada das nossas glórias”.
O Requiem, que estreou no primeiro aniversário da morte de Manzoni, a 9 de Abril de 1874, será nesta ocasião executado por Erika Grimaldi (soprano), Elena Zhidkova (mezzo-soprano), Paulo Ferreira (tenor), Mikhail Petrenko (baixo) e o Coro & Orquestra Gulbenkian, sob a direcção de Michel Corboz (na foto).