Manuel Reis
Luísa FerreiraManuel Reis no final da festa do 7º aniversário do Lux
Luísa Ferreira

Miguel Esteves Cardoso: "Andy Warhol era um preguiçoso ao lado de Manuel Reis"

Falámos com algumas das pessoas que viveram a obra do fundador do Frágil e do Lux de perto. Leia os testemunhos que recordam Manuel Reis.

Cláudia Lima Carvalho
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É curto dizer que mudou a noite quando os dias nesta Lisboa, em todas as suas vertentes, nunca mais foram os mesmos desde que arregaçou as mangas. Manuel Reis morreu neste domingo, no ano em que o Lux, uma das suas maiores obras, celebra 20 anos. Um génio, um visionário, um artista. O nosso Andy Warhol, como define Rui Reininho. Um Andy Warhol em bom (ou melhor), precisa Miguel Esteves Cardoso.

Em comum, Reininho e Esteves Cardoso têm muitas noites no Frágil. Beberam copos, brindaram, dançaram, conversaram e a vida nunca mais foi a mesma. Na morte de Manuel Reis, lembram-nos esses tempos e, acima de tudo, o homem a quem agradecem tantos momentos e esta Lisboa que conhecemos hoje, tal como provam ainda os testemunhos na primeira pessoa de Luísa Ferreira, Pedro Cabrita Reis, Manuel Graça Dias, Filipe Faísca e Francisco José Viegas.

Miguel Esteves Cardoso, cronista

Antes do Manel Reis não havia nada. Não havia onde passar as noites, não havia Lisboa, não havia noite. O que havia eram sítios horríveis onde as pessoas iam para se embebedar, era horrível. Não havia um restaurante bom e o Manel fez o Pap’Açorda. A loja dele da Atalaia tinha móveis bonitos dos anos 30/40/50. Iam para o lixo, coisas maravilhosas, que ele recuperava. Ele ia buscar peças bonitas e depois expunha-as na loja para as pessoas verem a beleza das peças e isso era mais ou menos o que ele fazia na vida – por exemplo com edifícios que estavam vazios ou que eram desprezados, objectos e pessoas (sim, pessoas). Mas não era como agora que se recupera e depois nada se faz. Com ele, as coisas estavam vivas. Ele mexia a loja, o restaurante. O Pap’Açorda é importantíssimo, para já porque é um excelente restaurante. O Manuel Reis tinha a paixão da grande culinária. Ele, que viajava muito – era comissário de bordo –, não percebia porque é que em Lisboa não havia um bom restaurante. Mas um bom restaurante, bonito. Havia bons restaurantes, onde se comia bem, mas não havia um bonito e lisboeta. Antes do Manel Reis não havia isto: bonito, lisboeta e bom. O Pap’Açorda é um óptimo restaurante, de 0 a 20 é 20. Os empregados eram bonitos e [por isso] as pessoas que lá iam punham-se bonitas. Quando um sítio é muito bonito e bom e não sei quantas, as pessoas põem-se bonitas e o Manel sempre funcionou para os outros. As pessoas começaram-se a vestir bem – e isto é mesmo verdade – para ir a um sítio bonito.

Para ser muito claro, as pessoas de bom gosto não tinham um sítio de bom gosto para ir. Não havia um. Os bares eram todos como o Pavilhão Chinês ou o Procópio, eram sítios onde só se falava de política, horríveis. E no Frágil, aquilo estava dividido em dois, ele fez um sítio onde as pessoas que nunca tínhamos conhecido se juntavam em tertúlias. Podíamos ficar três ou quatro horas a falar sobre uma cor ou sobre filosofia. Ele criou um sítio onde se podia falar, onde se podia estar. Era muito mais do que sair à noite.

O Frágil tem também muito a ver com o ser gay porque nos anos 1980 ser gay era considerada uma excentricidade. Havia sítios gay, como o Trumps, mas não havia um sítio para as pessoas gay estarem com pessoas sem ser gay. E para as pessoas não gay era muito bom falar com pessoas gay. O Frágil era um espaço de liberdade. [Até aí] não havia um sítio para toda a gente. E isso era uma grande novidade em Lisboa, isto foi em 1982, Lisboa era muito atrasada. As pessoas que abriram o Frágil levavam com baldes de água em cima, foram muito maltratados. E o Frágil era uma ilha, era preciso correr o Bairro Alto para chegar àquela porta. E depois estava sempre a mudar. As pessoas às vezes diziam-lhe: não mudes, não mudes. Mas ele estava sempre a mudar tudo. Convidava um artista e toda a gente pedia de joelhos para que não mudasse – e às vezes ficava horrível. Mas ele percebia que as pessoas se aborrecem.

A música era a melhor – ele arranjava música que não se ouvia em lado nenhum, não havia Internet, não havia nada. A música era muito boa. As bebidas eram muito boas, vinham com muito gelo, não era nada daquela coisa de discoteca. Entretanto regrediu imenso. O gelo era bom. Os empregados estavam muito bem vestidos. Era caríssimo, mas claro que tinha de ser caro: o serviço era muito muito bom.

Outra coisa que o Manel fez – com o Zé Miranda, que já morreu, e o Fernando Fernandes (um trio fabuloso) – foi trazer para empregados pessoas que eram exactamente iguais aos clientes. Não havia qualquer distinção. Aliás, os empregados eram ainda mais bem vestidos do que nós e mais bonitos ainda. Ele foi importante mesmo de muitas maneiras. Os portugueses não estavam acostumados a lidar com os empregados de cima para baixo e ali no Pap'açorda ou no Lux ou no Frágil não havia aquela coisa de cliente e empregado, havia uma igualdade e isso também era revolucionário.

Depois havia pessoas que estavam sempre a dançar e pessoas que nunca iam dançar e havia pessoas como o Manel Reis que tinha as duas coisas: ele gostava muito de dançar, mas também gostava de falar. Estava sempre lá caído, passava lá a vida. Ele fez o paraíso: tinha a loja entre o Pap’açorda e o Frágil; fez um sítio onde ia almoçar e jantar e fez um sítio onde passava a noite. A obra do Manel Reis acaba por ser uma obra-prima do comodismo.

Não era um pioneiro. Ninguém seguiu os seus passos. Infelizmente é insubstituível. Nunca ninguém conseguiu fazer como o Manel Reis, até porque é preciso ter a generosidade dele, de estar sempre a convidar pessoas, a fazer festas gigantes com convites lindos, tudo do melhor. Mesmo agora, para o funeral. Já tem um espaço que reconhece e que gosta. Insistiu que fosse ali no Teatro Thalia. Até morto descobriu um edifício bonito e moderno que quer promover.

Ele fez coisas muito boas, era muito inteligente. Há muita gente a dizer que isto devia ser assim ou assado, todos somos bons nisso, e ele caladinho fazia melhor que todos. As pessoas vinham de fora ao Frágil, mas muito agradecidos por ali entrar. Houve dois ou três anos que aquilo era o melhor sítio do mundo. As pessoas em Londres diziam que estavam atrasadas — e estavam.

[Ao seu lado] Andy Warhol era um preguiçoso, com aqueles filmes de oito horas. O Manel Reis fazia de novo de cada vez. Era o contrário de preguiçoso e acreditava muito nos outros. Não dizia às pessoas para fazerem ao seu gosto. Não dizia do género: não achas que essa cor está foleira? Não, ele acreditava, fosse quem fosse, e essa pessoa tinha liberdade absoluta. E na música também não era um chato. Ele apostava nas pessoas e confiava nelas. Criou um mundo para ele e gostava muito dos outros e portanto gostava que esse mundo estivesse cheio de outras pessoas. À maneira do Andy Warhol, todos os dias o Manel tinha lá um fotográfo a tratar de tudo. Todas as noites sem excepção. E eu dizia: “Oh Manel, mas o que é isto?” E ele respondia: “Vai ser importante, tu agora não percebes”. Ele percebeu. Não era um serviço, as fotografias eram tiradas a todas as horas, ficava tudo registado – só assim apanhava as pessoas a falarem, por exemplo. As fotografias mostram realmente como era, é raro. As fotografias normalmente são uma coisa e a vida é outra, mas não ali, naquelas fotografias, que ele escolhia a dedo. Não é por acaso, aquilo é uma espécie de visão dele do que interessa, do que importa.

Eu não sabia que ele estava doente, foi um choque para mim. As pessoas diziam que ele não gostava de fazer publicidade ou de dar entrevistas, mas ele não precisava porque tinha aqueles milhares de pessoas que lhe agradeciam por lhes ter dado uma vida nocturna, uma vida. A solidão horrível que era antes. As pessoas só falavam com pessoas que conheciam, era uma chatice, sempre as mesmas quatro pessoas. No Frágil, uma pessoa começou a falar com toda a gente e a ouvir opiniões estranhíssimas. Pessoas a criticar a nossa maneira de vestir, a olhar para nós, [havia] discussões.

Abriu muitas mentalidades. Por exemplo, as pessoas de Cascais, os meus amigos betinhos, que apontavam o dedo a dizer: está ali um gajo a dar um beijo a outro gajo. É maricas. Isto aconteceu mesmo, várias vezes. E o Manel chegava lá e dizia: olha isto não é assim. Tinha essa paciência e pachorra, mas mandava-os embora, e depois até acabava por se tornar amigo dessas pessoas. Ele alterou a linguagem das pessoas. Eu tenho amigos, exemplos concretos de pessoas, que entraram para lá de olhos super preconceituosos, com complexos e violência verbal e ao fim de um mês ou dois deixaram de dizer aquelas palavras. Tudo porque o Manel admitia-os. Punha-os na rua, mas depois admitia-os novamente e educava-os e eles ficavam diferentes. Isso é que é extraordinário. Isto é uma obra. Ele mudou as atitudes de uma geração inteira.

Manuel Graça Dias, arquitecto

Era um artista, uma personagem extremamente criativa e tinha realmente uma noção muito apurada do que fazia falta a Lisboa. Criou possibilidades novas para a geração que viveu a mudança. No fundo, o 25 de Abril abriu-nos a visão do ponto de vista político e demográfico e também cultural mas eram precisos agentes que criassem essas possibilidades culturais e o Manuel Reis foi desses agentes através de uma cultura diferente, nova, mais cosmopolita, muito mais aberta ao mundo.

O Frágil não era simplesmente um bar ou um sítio para se dançar, era mais do que isso. Era um pólo de actividades culturais e de um certo dinamismo que Lisboa não conhecia na época. O Manel proporcionou que todas as coisas depois viessem a acontecer. Soube criar, soube gerir e soube reinventar-se sempre. Nunca baixou os braços e nunca se reduziu a uma certa rotina. Nada daquilo era rotineiro, tanto o Frágil como o Lux eram tudo menos situações rotineiras. Eu sentia que tudo aquilo era diferente e mais interessante. Era uma nova forma de tertúlia, era uma nova forma de as pessoas se encontrarem, havia muita discussão criativa, muito envolvimento das pessoas de todas as áreas da Cultura.

Ele teve a capacidade de ler e perceber os sítios que tinham potencial. Foi com o Frágil que num espaço de dez anos o Bairro Alto mudou completamente. O Manel Reis também soube rodear-se de arquitectos, artistas plásticos. Isso percebe-se, nota-se, ele percebia que era importante chamar os melhores, tal como fazia com os fotógrafos ou os gráficos. Dava muita atenção às variadíssimas áreas da cultura. O Frágil e o Lux eram espaços culturais, acima de tudo. A noite estava muito associada a uma certa futilidade e ali não era só isso – esses espaços extravasaram, e muito, uma simples discoteca ou um simples bar. Eram sítios de encontro e de actividade que estavam a ser sempre reinventados e que como tal iam criando públicos e pretexto para discussão.

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Pedro Cabrita Reis, artista plástico

Talvez o Manel não quisesse que lhe agradecessem o que, inevitavelmente, era para ele a única forma de estar; viver intensamente, e, à sua maneira, ir contagiando os outros com essa força peculiar a qual, de algum modo, transformou a cidade. Com ele e, depois de ele ter começado, as coisas foram mudando é certo, mas essa história foi que ele começou e continuou a escrevê-la durante muitos anos.

Luísa Ferreira, fotógrafa

Temos que agradecer a grandiosidade, o cuidado com tudo e a beleza que trouxe para Lisboa numa altura em que Lisboa era um mundo muito fechado e pequenino. Ele nunca deixou de cuidar disso, projectava tudo em grande para as pessoas, tinha imenso prazer de fazer coisas belas. Era um coração enorme. Ele normalmente nem queria divulgar a sua fotografia. O Manuel fotografava tudo para que ficasse registado, queria guardar, ter o testemunho de tudo o que fez com as pessoas. Não havia Internet e ele já mandava fotografar tudo. São tantos os momentos. Para mim o Manuel Reis é um príncipe, sempre foi o nosso príncipe. Para nós que vivemos o Frágil ele era a pessoa que desejávamos conhecer, de quem desejávamos estar próximos. Não estou a falar daquelas pessoas que já tinham um projecto de vida, mas de nós que estávamos a começar a ser adultos, a ser grandes, a ter consciência do mundo e do futuro. Eu queria poder vivenciar aquele mundo, que era um mundo especial. Sentia que era diferente de tudo o resto, como penso que todos sentimos.

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Filipe Faísca, designer de moda

Temos mesmo muito porque agradecer ao Manel. Primeiro, pela liberdade. Liberdade, liberdade, liberdade. Liberdade de expressão, liberdade criativa, acima de tudo. Sobretudo naquilo que é a noite. Ele desmistificou a noite. A noite era um ponto de encontro, um ponto de comunicação, um ponto de criação.

Ele queria muito saber servir o cliente, queria oferecer conforto. Nós viajámos muito à procura de uma coisa mais sublime, da perfeição dos objectos, a forma como se escolhiam as coisas. Eu apanhei muito este lado do Manel, quando tínhamos de preparar as festas, da parte mais de figurino ou de vestir as pessoas, a sua grande preocupação era o saber receber. Ele trabalhava para as pessoas, era tudo ao ínfimo pormenor de saber receber. A festa é feita para os outros e ele mantinha-se sempre na retaguarda. Eu não conheci outra coisa.

Cheguei em 84 a Lisboa e o Frágil já existia. Aquilo não era só sair à noite, de todo. Aquilo era arte, era performance, era encontrar amigos e falar do que se vai fazer amanhã. Falava-se de cinema, teatro, escultura, pintura, do que se estava a falar lá fora. Era um ponto de encontro. Diverti-me muito. Eram bebedeiras, era tudo ao mesmo tempo. Ele não foi um homem à frente do seu tempo, foi um homem do seu tempo, o tempo real. Mas é verdade que Portugal estava desfasado do tempo. Aquilo era o que se estava a viver em Londres na época, era o que se estava a viver em Paris ou Nova Iorque, mas não era o que se estava a viver em Lisboa. Ele fez com que se abrisse muito mais mentalidades.

Devemos muito, muito mesmo ao Manuel Reis. Ele foi procurando isso ao longo do tempo. Não nos vamos esquecer que tivemos a Dita Von Teese no Lux com um cachet barato. Ainda hoje estamos para pensar como? Tem a ver com o momento certo, na hora certa. Tem a ver com o querer muito. Ao mesmo tempo é quando está tudo no princípio, ela também estava no princípio. E porque não? Foi extraordinário, foi O momento.

Rui Reininho, músico

Estava na escola de cinema e costumava dizer que as minhas aulas noturnas eram no Frágil, até porque encontrava lá imensos professores. É ali que estava de facto o adiantar do Bairro Alto, que o Manuel ocupava principescamente.

De facto ele era uma referência, mas não era uma referência pomposa. Acho que o interessante do Manel era isso. Sempre Mr. Cool, sempre com uma grande placidez. Não era nada daquelas criaturas opinativas que falam sobre tudo e sobre toda a gente. Aliás, a grande vantagem, mesmo relativamente ao Lux, era a garantia que o Manel dava de que as pessoas não eram expostas na chamada imprensa cor-de-rosa. Ele fazia dos espaços dele o que se costuma dizer de Las Vegas: o que acontece no Frágil e no Lux fica no Frágil e no Lux e no Pap’açorda.

Havia mesmo essa descontração. Uma pessoa sabia que por mais festarolas, por mais loucas e por mais endoidecidas que as pessoas pudessem parecer ou inclusivamente estar, não apareciam esparramadas na via pública. Aliás, o reflexo disso era ele. Sempre no seu canto, com aquele meio sorriso nos lábios e sempre com um ar muito acolhedor.

Havia nele qualquer coisa de Andy Warhol. Fazia-se rodear de facto de pessoas interessantes. Era um grande hedonista, mas sempre com um ar muito carinhoso. Não me esqueço dos abraços dele. O Frágil foi um pouco o eclodir do Bairro Alto que já tinha sido muitas coisas e que estava a deixar de ser apenas um sítio com casas de fado e muita prostituição – era a memória que tinha muito novinho. A verdade é que com o Frágil, o Bairro Alto tornou-se o centro da modernidade.

Mas não há coincidências, paralelamente Madrid estava a inventar a sua movida. Outra referência era a nossa porteira da noite, a Margarida, a Guida, de quem nos habituámos a gostar e a apreciar as sonoras gargalhadas. Era todo um número. Para muitos era um sítio onde se fazia parte de uma elitezinha, era fazer parte dos escolhidos, nem toda a gente passava aquelas portas. Eu não entrava por ser rico ou famoso, até porque estava a estudar e comia ali nas tascas, nem tinha dinheiro para whiskeys todas as noites. Diria que, como se costuma dizer, atinaram comigo. Não tinha outra referência que não fosse algum gosto pessoal, sem falsa modéstia. Era o início do rock’n’roll. Olho agora para as fotos e é curioso como os espaços pareciam maiores do que realmente são. Cabia tanta gente, passava tanta gente. Aquela era a quinta dimensão.

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Francisco José Viegas, escritor e editor

Já tudo foi dito sobre a importância do Manuel Reis e da Idade da Prata – e da geração que, com ele à dianteira, introduziu um módico de cosmopolitismo na vida de Lisboa. Cruzámo-nos nos lugares que ele tinha inventado, no Bairro Alto de quando eu comecei a frequentar o Bairro Alto. A verdade é que, antes de haver “cosmopolitismo em Lisboa” havia o Manuel Reis e a sua capacidade de transformar coisas etéreas em coisas visíveis sem perderem a capacidade de continuarem etéreas e invisíveis. Eu era um rapaz de Trás-os-Montes que não tinha grande apetite por ficar deslumbrado — mas fiquei sempre a admirar a discrição daquele tipo notável que abriu ao mundo as portas do Frágil numa altura em que não havia hipsters, nem start-ups, nem noites de Lisboa fora daquele circuito boémio que ainda vem nos livros. O Manuel Reis libertou a noite, libertou Lisboa, ajudou a libertar aqueles seus amigos excelentes – e libertou-me a mim desde que o vi dançar daquela maneira. Os seus amigos perdem muito. Todos nós perdemos mais, porque não teríamos anos 80 sem ele.

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