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A programação do 35º Festival de Almada, que decorre, como sempre de 4 a 18 de Julho em várias salas de Almada e Lisboa, foi hoje apresentada na Casa da Cerca, em Almada. Apesar da redução do financiamento por parte da DGArtes, a coisa, com o apoio da autarquia, vai avançar. 24 produções, mais 11 concertos e 4 espectáculos de rua.
É graças a um financiamento de emergência da Câmara Municipal que o cumprimento da programação do festival de teatro, que decorre entre 4 e 18 de Julho, em Almada e em Lisboa, foi assegurada, disse Rodrigo Francisco na apresentação do evento.
“A Câmara acorre de forma excepcional no apoio ao festival porque consideramos que o Estado central não se pode alhear do maior festival de teatro do país”, acrescentou às palavras do director desta mostra internacional, Inês de Medeiros, presidente do município. Referindo estar já marcada uma reunião com o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, para tentar ultrapassar um problema que, segundo a autarca disse mais de uma vez desde que foi conhecida a decisão de reduzir o financiamento da Companhia de Teatro de Almada pela Direcção-Geral das Artes, “reside nos critérios e no modelo de financiamento”, Inês de Medeiros acrescentou que “o município quer que o festival continue a ser uma referência e o grande evento mobilizador da cidade e do concelho.”
Com apenas 16 por cento de financiamento da DGArtes, num orçamento de 576 mil euros, a 35ª edição do Festival de Almada apresenta 24 produções em 10 salas da cidade e de Lisboa, e ainda mais 11 concertos e quatro espectáculos de rua. Bigre, da companhia francesa Le Fils du Grand Réseau, foi a peça escolhida pelos espectadores da edição do ano passado para o Espectáculo de Honra que tradicionalmente abre o festival. E entre os destaques de uma programação que homenageia a poetisa, dramaturga e tradutora Yvette Centeno, e tem a coreógrafa Olga Roriz como responsável pelo segmento de formação O Sentido dos Mestres, encontram-se companhias da Alemanha, do México, ou do Burquina Faso, e criadores como Jöel Pommerat, Rafael Spregelburd, Pippo Delbono, ou David Marton.
Embora menos numerosa do que em anos anteriores, a presença portuguesa no festival inclui, nesta edição, as estreias de Nada de Mim, de Arne Lygre, encenada por Pedro Jordão, a reinterpretação de Jean Genet por António Pires, Colónia Penal, Carmen, de Diogo Infante, e o esperado regresso de Elmano Sancho com A Última Estação. Estreias a que se juntam a reposição, pela Companhia de Teatro de Almada, de Bonecos de Luz, peça inspirada em textos do dramaturgo almadense Romeu Correia, com encenação de Rodrigo Francisco, e Lulu, criação de Nuno M. Cardoso a partir da obra de Frank Wedekind.