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A arte urbana chegou a este campo de basquetebol em Chelas e Sam The Kid dá-lhe música

A intervenção esteve nas mãos da dupla Halfstudio. O campo está aberto à comunidade para todos poderem voltar a jogar basquetebol com mais cor.

Campo Chicago - Chelas
Hoopers/Malagueta
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Se leu com atenção a edição da Time Out Portugal dedicada à arte urbana saberia que vão aparecer por Lisboa mais campos desportivos transformados em obras de arte. O mais recente é o mítico campo de basquetebol Chicago, no bairro dos Lóios, em Chelas, que ganhou cor por culpa da dupla Halfstudio. 

O famoso Pigalle Basketball Court, em Paris, é a referência para os mais atentos da arte urbana, mas por cá tivemos a primeira versão em Junho de 2019, quando o campo polidesportivo do Campo Mártires da Pátria foi pintado de ponta a ponta com a estética colorida de Akacorleone. Em Chelas, a história repete-se mas com outras personagens. 

O projecto de revitalização deste campo esteve a cargo da Hoopers – plataforma para praticantes e fãs de basquetebol que combina e promove campos, conteúdos e produtos – da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Marvila. Foi em 1992 que a história deste espaço começou a ser contada por Oliveira Donbell, mais conhecido no bairro por “Maninho”. Montou, na altura, uma tabela de basquetebol e pintou no chão um touro, em jeito de homenagem à equipa Chicago Bulls – é daqui que vem o nome Chicago pelo qual o campo continua a ser conhecido. Desde então tornou-se um ponto de encontro entre gerações e ainda hoje o continua a ser. 

Campo Chicago - Chelas
Hoopers Club

Foi, aliás, por continuar a ser um campo no activo que a intervenção aconteceu. Frederico Umbelina, treinador, mobilizou um dos seus ex-jogadores e fundador da Hoopers, André Costa, para fazer acontecer. 

“Depois da chamada do Fred (Frederico) e da primeira visita ao espaço, rapidamente percebemos o enorme potencial deste campo, não só pela sua localização, mas sobretudo pela energia da comunidade. Encontrámos ali a primeira geração de jogadores a ensinar o amor pelo jogo aos mais novos: isto é a essência da Hoopers e da nossa comunidade”, explica em comunicado André Costa, fundador da Hoopers, que há pouco tempo intervencionou também um campo em Braga

A eles juntaram-se outros membros da comunidade local como foi o caso de Maposse, mais conhecido na música por Daddy-O-Pop, rapper e parceiro de Sam The Kid no seu primeiro grupo criado no liceu, os Official Nasty. Com esta adição, Daddy-O-Pop acabou por convidar Sam The Kid, que continua a ser o miúdo de Chelas – o bairro de onde nunca saiu –, a juntar-se ao grupo para agora lançarem, juntos, um novo single “Não é só um game”, marcando o regresso passageiro aos Official Nasty. 

Campo Chicago - Chelas
Hoopers Club

Para efectivar a intervenção de arte urbana chamaram Mariana Branco e Emanuel Barreira, que compõem os Halfstudio, que não se desviaram daquilo pelo qual são conhecidos – o lettering. Nesta intervenção pode ler-se Chicago, o nome pelo qual “Maninho” baptizou o local, aberto a qualquer pessoa.  

Promover o desporto, tornando-o atractivo através de elementos visuais, é uma das missões da Galeria de Arte Urbana - GAU em Lisboa, parceira deste projecto. A ideia é que seja criada uma rede com vários espaços intervencionados por artistas de arte urbana, indo ao encontro do programa no PIAC (Programa de Intervenção Artística da Cidade de Lisboa) e com a estratégia da cidade em promover a prática de desporto ao ar livre, que por sua vez é também um dos eixos da Lisboa Capital Europeia do Desporto 2021. 

+ Siga este roteiro de arte urbana em Lisboa

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