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Rui Reininho tem estado ocupado. Além do segundo disco a solo, 20.000 Éguas Submarinas (e dos habituais concertos com os GNR), protagoniza dois filmes, que estão em fase de pós-produção e devem chegar aos cinemas nos próximos meses. Um deles é o making of do novo disco, que só deverá estrear-se em 2022. O outro foi rodado no final de Agosto e ainda não tem data de estreia. Trata-se de A Viagem do Rei, “um filme não convencional, à semelhança da vida e obra do Rui”, revela o autor e guionista Roger Mor.
“É uma viagem pela cabeça do poeta, pensador e provocador Rui Reininho”, olhando para o cantor e letrista dos GNR para lá dessa sua faceta mais visível. Os restantes companheiros da banda, Tóli César Machado e Jorge Romão, não participam. Nem o que se pretende é que este seja um documentário de qualquer espécie. “Muitos hão de saltar da cadeira se lhe chamarmos filme documental, até porque é uma linguagem muito diferente”, nota Roger.
“Jamais um filme sobre Rui Reininho poderia ser convencional, porque quando se conhece o Rui, ele é tudo menos convencional. É extremamente original, de uma inteligência incrível, e tem uns conhecimentos de cultura indescritíveis – que é o que o filme procura retratar.” Para isso, são também abordados os anos formativos de Reininho, revisitando a infância (“nalguns aspectos até hoje desconhecidos”) e “a fase mais de anarca”, na adolescência.
A ideia para A Viagem do Rei partiu da produtora Maria Manuel Andrade, que desafiou Roger Mor a escrever o guião (ainda este mês deve estrear-se um outro filme seu, Nturudu – Um carnaval Sem Máscara, documentário feito na Guiné-Bissau). Depois, “juntaram-se à festa” o realizador João Pedro Moreira e a produtora Grumpy Panda, que trabalham sobretudo em publicidade mas assinam, por exemplo, o videoclip para “Vuvuzela” dos Buraka Som Sistema. Segundo Roger Mor, o projecto está a ser trabalhado “há dois anos e meio”, mas devido a questões orçamentais e à pandemia “teve de ser reestruturado”. “A ideia original implicaria muito mais viagens, muito mais contacto com pessoas, mas dada a realidade que vivemos ele teve de ser reajustado de forma a poder ser filmado.”
A rodagem durou cerca de duas semanas e meia, passando por “vários sítios do país, sítios um bocadinho inusitados para representar o que é a obra inusitada do Rui Reininho”. “Passa pelo Minho, que tem um significado especial para o Rui, não só em termos emocionais mas também em termos familiares; Sintra, Loulé, Caldas da Rainha…” E pelo Porto, inescapavelmente. O processo foi sendo registado nas redes sociais.
Sem querer revelar mais detalhes nem arriscar uma data de estreia, Roger espera ver em breve o filme no grande ecrã. “É para isso que estamos a trabalhar. É um filme para salas de cinema.”
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