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A galáxia Star Wars tem uma nova série a chegar ao streaming. Em Andor, aterramos no planeta Ferrix, casa de Cassian Andor (Diego Luna), cinco anos antes da acção do filme Rogue One: A Star Wars Story (2016), numa altura em que este herói ainda não encontrou o seu caminho na luta contra o Império. E na vida em geral. Nesta terra de mecânicos e improvisadores, conhecemos Bix (Adria Arjona), que gere o ferro-velho da família após a morte dos pais, amiga de longa data de Cassian – e ex-namorada – e que com ele mantém um negócio de material roubado. Mas voltemos atrás, ao mesmo tempo que andamos um pouco para a frente.
1977. Foi há precisamente 45 anos que se estreou nos cinemas a space opera Star Wars, filme escrito e realizado por George Lucas e depois rebaptizado de Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança. Era um início, mas também apenas uma parte da história que hoje conhecemos sobre aquela galáxia longínqua, onde há muito, muito tempo rebeldes de vários planetas se uniram para destruir o lado mais negro da Força. Mas esta é uma galáxia que parece não ter fim, com spin-offs permanentemente na calha.
A história continua, anda para trás e depois para a frente, parando às vezes pelo meio ou ali a dois terços da linha temporal da história imaginada por Lucas nos anos 70. É o caso do filme Rogue One: A Star Wars Story, cuja acção se localiza entre os episódios III e IV, ou seja, após a transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader e antes do episódio estreado em 1977 que apresentou Luke Skywalker, Han Solo, a Princesa Leia, Darth Vader, C3P0, R2D2, Chewbacca ou Obi-Wan Kenobi ao planeta Terra. Um dos protagonistas de Rogue One, o rebelde Cassian Andor, é agora a peça central de Andor, uma série de duas temporadas apenas, cada uma com 12 episódios, que recua cinco anos para contar a história de origem de Cassian e revelar alguns dos meandros da luta da resistência contra o opressor Império Galáctico. A história até pode recuar, o que facilmente poderia ser um factor dissuasor para quem já sabe como este enredo em particular termina, mas isso não é nada a que os fãs do mundo Star Wars não estejam habituados. Afinal, o próprio lançamento das três trilogias principais dos filmes não respeita a ordem cronológica. E não foi por isso que não quisemos acompanhar o crescimento e transformação de Anakin.
Além de Cassian, há outros personagens que já são conhecidos dos fãs de Star Wars. De regresso está a senadora Mon Mothma, personagem que conhecemos dos filmes Rogue One, Star Wars: Episódio VI – O Regresso de Jedi (aqui interpretada por Caroline Blakiston), ou Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith. E também Saw Guerrera, líder da resistência do planeta Onderon, interpretado por Forest Whitaker em Rogue One, actor que agora regressa.
Mas uma das grandes estreias no rol de personagens é mesmo Bix. “Ela e Cassian já namoraram e conhecem-se desde que ele tinha, tipo, dez anos. Sabem tudo um do outro. Estão destinados a ficar juntos e ainda assim isso foi impossível durante todos estes anos. Quando a série começa, Bix terminou com Cassian. Ele queimou todas as pontes. Mas têm um negócio de material roubado, o que vai gerar polémica no primeiro episódio", conta o criador da série, Tony Gilroy, citado num dossier de imprensa enviado pela produção.
Neste que é um dos maiores franchises do cinema (e da televisão, claro), a história base pode ser resumida à luta de vários povos que se unem para combater um inimigo em comum. Uma luta do bem contra o mal que agora aposta numa maior representatividade no seu elenco, como é o caso do actor mexicano Diego Luna ou da actriz porto-riquenha Adria Arjona, com quem falámos por videochamada. Sobre o tema da diversidade, a actriz responde à Time Out: “Chegamos a um momento em que todos estão a perceber que queremos ver o nosso mundo retratado no ecrã. Queremos ver o que vemos no dia-a-dia quando andamos na rua. E, para seguirmos nesta jornada, tem que ser com o que vemos, senão parece falso.” Tal como Bix, há outros personagens que se estreiam em Andor. É o caso de Maarva Andor (Fiona Shaw), a mãe adoptiva de Cassian; de Syril Karn (Kyle Soller), o Inspetor Adjunto para a Autoridade Corporativa no planeta Morlana One; ou Luthen Rael (Stellan Skarsgård), empresário abastado que ajuda secretamente a Aliança Rebelde. E claro que nenhuma série de Star Wars estaria completa sem um novo dróide, e Andor não é excepção, introduzindo B2EMO, "Bee" para os amigos.
Nesta produção da Lucasfilm, boa parte dos efeitos visuais não são dados a tecnologias de ponta, ou seja, não estão reféns das imagens geradas por computador, mas sim de enormes e intrincados cenários construídos nos Pinewood Studios, no Reino Unido, e noutros locais de Inglaterra, incluindo Coryton, Marlow e Portland House. Um dos destaques durante as filmagens foi a viagem da produção à barragem de Cruachan nas Terras Altas da Escócia, uma enorme represa rodeada por montanhas, localização que na série representa o planeta de Al-Dhani.
Tony Gilroy revela ainda que a primeira temporada vai corresponder a um ano na vida dos personagens, enquanto a segunda temporada, já assegurada, vai corresponder a um espaço temporal de quatro anos. “Os cinco anos anteriores [a Rogue One] é onde tudo está a fermentar, a cozinhar e a borbulhar. E todas essas ideias revolucionárias e rebeldes nascem por toda a galáxia de todas as maneiras. As pessoas estão a tentar construir uma revolução e as tácticas usadas nas revoluções são intransigentes.” Além de assumir a liderança desta produção, Gilroy – co-argumentista de Rogue One – escreveu também os episódios 1, 2, 3, 11 e 12 e descreve Andor como “um estudo de personagem em larga escala de um momento muito poderoso na história”. Que a Força esteja com ele.
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